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Entrevista com Tatiana Belinky |
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Tatiana Belinky é uma das escritoras de livros infantis mais conhecidas no Brasil. Curiosamente, ela nasceu na Rússia, em 1919, e veio pequena ao Brasil, com apenas dez anos de idade. Além dos livros infantis, Tatiana ficou famosa por ter sido responsável pela primeira adaptação do "O Sítio do Pica-Pau Amarelo", de Monteiro Lobato, para a televisão. Já recebeu muitos prêmios pelas suas histórias e trabalhos realizados na televisão e no teatro. Nesta entrevista concedida ao CRE, a escritora reafirma a importância do hábito da leitura para as crianças.
Ilustração: Maria Eliana Delarissa
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ENTREVISTA
 De que maneira podemos incentivar as crianças e os adolescentes para a leitura?
TB: Eu acho que tem de expor o livro à criança e expor a criança ao livro. A criança deve viver cercada de livros. A família deve ter livros em casa. Os pais devem ler. Se a criança não ver o livro, não vai se interessar.
 Como a Internet e a televisão influenciam no processo da leitura?
TB:Eu sou do tempo do livro.
 Tem campo para todos os meios de comunicação?
TB: Claro! E o livro não vai acabar. Mesmo com a televisão, a Internet, o livro eletrônico, sempre haverá o livro de papel, aquele de segurar na mão.
 A senhora já fez adaptações de obras do Monteiro Lobato para a televisão?
TB: Sim. De 1951 até 1968. Fiz adaptações do 'Sítio do Pica-Pau Amarelo' e de muitos outros livros.
 Como ocorre a adaptação de um livro para um programa de televisão? Como as crianças encaram isso?
TB: Muito bem! As crianças sempre encararam bem. No meu tempo, havia televisão, cinema, rádio, não tinha Internet. Com as adaptações, eu promovia o livro. O roteiro para televisão era assumidamente para promover o livro. Sempre havia uma corrida do público para a livraria, em busca dos livros e das histórias que eu adaptava. E as crianças liam, comentavam, criticavam e achavam o livro melhor que a televisão e vice-versa.
 Um dos grandes sucessos editoriais dos últimos anos, Harry Potter está disponível em livro e em filme. O que a senhora pensa sobre esses formatos?
TB: São válidos. Se for de boa qualidade, vale tudo. Não existe nada melhor, nem pior. Assim como não existe gente melhor, nem pior. Cada caso é um caso. Se for de boa qualidade, qualquer veículo é bom.
 Qual é sua opinião em relação aos livros clássicos que são reescritos, utilizando uma linguagem mais atual?
TB: Eu prefiro o original. Quando eu era criança e pré-adolescente, li adaptações de grandes clássicos, como Dom Quixote e de vários outros, mas isso foi um aperitivo para, depois, maior, ler o texto original. Se for uma adaptação inteligente e interessante, vai despertar a vontade do público de ler o original. É importante que a adaptação seja feita por um bom escritor para tenha qualidade.
 O que Monteiro Lobato significou na sua vida pessoal e profissional?
TB: O primeiro texto que tive em mãos, aos dez anos de idade, no Brasil, foi um do Monteiro Lobato. Mas não era livro, nem era o Sítio do Pica-Pau Amarelo. Tratava-se de um folheto do Laboratório Fontoura sobre o Jeca Tatu, que foi escrito por ele. Depois, li todos os seus livros e fiquei fascinada. Conheci o Monteiro Lobato quando já era casada e tinha filhos pequenos.
 Qual é o segredo de uma boa literatura infantil?
TB: Ser de boa qualidade e interessante. Quer dizer, a condição sine qua non é que a criança goste. Mas, eu, a autora, também tenho de gostar. Não há veículo ruim, a carne é que tem de ser boa.
 E qual estilo literário é o preferido entre o público infanto-juvenil?
TB: Cada caso é um caso. Não há dois escritores iguais, nem dois livros iguais. Quando me perguntam se eu prefiro isso ou aquilo, música clássica ou popular, eu digo: 'Depende do dia e da hora. Tem dia que prefiro a música popular, outro quero ouvir a clássica ou até mesmo o rock and roll'.
 Tem alguma experiência recente que gostaria de relatar?
TB: Em 84 anos de vida, eu tenho um milhão de experiências para contar. Mas, o que eu gosto mesmo é de escrever. Eu leio sem parar, desde os quatro anos de idade. Converso muito com crianças, com bibliotecárias, professores, pais. É uma delícia! Muito bom! Criança é um público maravilhoso, interessado, inteligente. Nunca se deve subestimar a inteligência de uma criança. Fazem perguntas que precisamos estar prontos para responder ou honestos o suficiente para dizer 'não sei'. Uma menininha de nove anos me perguntou se eu era a favor do aborto. As crianças sempre foram rápidas. Hoje em dia elas são 'bombardeadas', porque ouvem e vêem muita coisa e captam. Algumas coisas elas entendem, outras não e querem saber.
(Renata Pérez)
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