Publicado no Site da Folha Online em 27/11/2007

Aluno deve conhecer formato de prova para ter bom desempenho

FERNANDA CALGARO
da Folha de S.Paulo

INGRID TAVARES
Colaboração para a Folha de S.Paulo

O conteúdo cobrado nos processos seletivos das instituições privadas é muito semelhante ao das públicas. O que varia é o formato. Com características diferentes em seus projetos pedagógicos, as particulares elaboram os exames conforme o perfil dos cursos. Algumas, por exemplo, incluem atualidades; outras, prova oral.

"Todos os vestibulares se baseiam nas oito disciplinas do ensino médio. Em São Paulo, há uma tradição de pedir algo do que é exigido pela Fuvest", diz Carlos Eduardo Bindi, coordenador do cursinho Etapa.

Segundo ele, há também um consenso em não pedir coisas específicas. "O que se pede nas provas é um conteúdo mais genérico, sem a famosa "decoreba". Muitos exercícios fornecem até as fórmulas."

Para se dar bem, indica Geraldo Murakami, professor do cursinho CPV, facilita se o candidato conhecer o formato do exame. Então acesse os sites das instituições onde pretende pleitear uma vaga e dê uma olhada nas provas anteriores.

Mas há diferenças, sim, nos processos seletivos entre públicas e particulares. Segundo Paulo José Meschiatti, assistente de direção do COC Campinas, são duas: no próprio vestibular e nos objetivos das instituições. O que significa, no primeiro caso, uma concorrência maior no ingresso às públicas. "Além disso, a pública demora mais a criar um curso com demanda de profissionais ao mercado. Elas têm cursos tradicionais, que visam a academia. As particulares focam o mercado."

Foi pela segunda razão que Felipe Guimarães Garcia, 17, só se inscreveu em particulares. "Design gráfico ainda é um curso pouco explorado. As particulares acompanham melhor o mercado, dos professores aos equipamentos. Nesse sentido, são mais preparadas do que as públicas", diz Felipe, que já foi aprovado na Anhembi Morumbi, Belas Artes e ESPM. Mesmo com o bom aproveitamento, ele diz que vai prestar Faap e, por pouco, não encarou ainda as provas de Senac e Mackenzie.

Mudanças
O vestibular unificado da PUC-SP, no próximo sábado, aposta num novo formato, com questões dissertativas interdisciplinares. "A dica básica é começar pelas disciplinas que domina mais", afirma Ana Zilocchi, coordenadora-geral do vestibular unificado da PUC-SP.

A prova do Mackenzie, no próximo mês, também teve mudanças. Neste ano, está mais enxuta, com 60 questões, além da redação, em um dia. Cada matéria tem um peso, que varia entre as carreiras.

A dica de Milton Pignatari, da comissão de vestibular, contempla esse fato. "O candidato deve observar a tabela de peso, ver qual matéria é mais importante e se dedicar a ela." Assim, indica, quem presta administração, deve se aprofundar em matemática, já que duas perguntas (8 pontos) valem mais que toda a prova de biologia (7).

Com inscrições já encerradas, o vestibular para administração da FGV-SP também será em fase única, no próximo dia 2. Já para o de economia, há duas etapas, nos dias 2 e 16.

Para direito, os inscritos já fizeram as provas da primeira fase, mas enfrentam ainda o exame oral. Além dessa particularidade, a FGV possui uma das mais altas relações candidato/ vaga entre as particulares. "A concorrência para economia da FGV-SP, por exemplo, bate com a da USP, com 12 c/v", aponta Marcos Facó, superintendente de marketing da FGV.

"Prestei Fuvest mas também ficarei contente se for aprovada na PUC ou no Mackenzie", conta Laíz Cedran Inocêncio, 19, que tentará uma vaga em direito em cinco faculdades privadas diferentes.

http://www1.folha.uol.com.br/folha/educacao/ult305u348939.shtml

Jornal Folha de São Paulo

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