Publicado no Site da Globo.com em 07/12/2007

Desmatamento na Amazônia cai pelo terceiro ano consecutivo

Da EFE

Rio de Janeiro, 7 dez (EFE).- O desmatamento na Amazônia entre agosto de 2006 e julho deste ano foi de 11.224 quilômetros quadrados, uma área 20% inferior à devastada no período 2005-2006, segundo dados divulgados hoje em um comunicado do Ministério do Meio Ambiente.



Este foi o terceiro ano consecutivo em que o país conseguiu reduzir os níveis de desmatamento da Amazônia.



A área devastada também diminuiu, atingindo um de seus menores níveis desde 1988, quando começou a ser medida.



O país registrou um índice menor de devastação apenas no período entre agosto de 1990 e julho de 1991, quando o desmatamento chegou a 11.030 quilômetros quadrados.



A redução da área devastada acumulada nos últimos três anos chegou a 59% frente ao período compreendido entre agosto de 2003 e julho de 2004, quando a devastação chegou a 27.379 quilômetros quadrados.



Esse período (2003-2004) foi o segundo com maior área florestal perdida. O primeiro ocorreu entre agosto de 1994 e julho de 1995, quando o desmatamento atingiu o recorde de 29.059 quilômetros quadrados.



O desmatamento já tinha caído 31% entre 2004-2005 e 25% no período 2005-2006.



O Brasil começou a medir a área devastada da Amazônia em 1988 com a ajuda de imagens dos satélites desenvolvidos pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).



Segundo o Ministério do Meio Ambiente, o estado do Pará foi o único que registrou crescimento da taxa de devastação da Amazônia no período 2006-2007. A área de floresta perdida (5.569 quilômetros) foi 1% mais alta que no ano imediatamente anterior.



"O Ministério do Meio Ambiente está atento para os números do sistema Deter (Detecção do Desmatamento em Tempo Real), que apontam uma tendência de aumento dos desmatamentos nos primeiros três meses do período 2007-2008 (agosto a outubro)", informa a nota do Ministério.



"Para impedir que essa tendência se confirme por todo o período, o governo federal está preparando um conjunto de medidas a serem adotadas já no início do próximo ano", acrescenta o comunicado.



Segundo cálculos de ONGs, a Amazônia brasileira perdeu 17% de sua cobertura vegetal nas últimas quatro décadas. No ritmo atual, a porcentagem pode chegar a 40% em 2050.



Um relatório da WWF divulgado esta semana em Bali, onde é realizada a Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática, afirma que a Amazônia terá perdido 50% de sua cobertura vegetal em 2030.



Em seu programa semanal de rádio da última segunda-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que devido à significativa redução da destruição da Amazônia e à política de incentivo à produção e ao consumo de biocombustíveis, o país tem resultados importantes para mostrar na Conferência de Bali.



Diferentes nações e organizações têm pressionado para que os grandes países em desenvolvimento - como Brasil, China e Índia - assumam compromissos para reduzir suas emissões de gases poluentes.



Os incêndios florestais na Amazônia transformaram o Brasil num dos países que mais emite gases causadores do efeito estufa.

EFE

http://g1.globo.com/Noticias/Tecnologia/0,,MUL209118-6174,00.html

Agência EFE

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