Publicado no Site do Jornal O Estado de São Paulo de 17/12/07

Município dará reforço escolar a todos os alunos

Projeto ‘Ler e Escrever’ será ampliado para até a 4ª série e incluirá aulas extras de matemática

Simone Iwasso

A partir do ano que vem, todos os estudantes da rede municipal de São Paulo terão reforço escolar de português e matemática, dentro do programa Ler e Escrever, que inclui ainda um segundo professor assistente em sala de aula. Criado há dois anos com enfoque nos alunos do primeiro ciclo de alfabetização, e com resultados positivos segundo levantamento interno feito pela secretaria, a partir de agora o projeto se estenderá para matemática e abrangerá até o 4º ano do ensino fundamental.

De acordo com o secretário Municipal de Educação, Alexandre Schneider, os bons resultados do programa e um diagnóstico feito por especialistas da secretaria mostraram a necessidade de reforço principalmente na área de resolução de problemas, dentro do que é ensinado em matemática. “No Ler e Escrever, o professor recebe um material próprio para ser seguido, o que facilita o ensino”, explica.

No entanto, um acompanhamento efetivo só poderá ser comprovado no ano que vem, quando saírem os resultados da Prova São Paulo, aplicado pela rede pela primeira vez neste ano. “Até lá, temos apenas nossos resultados internos, uma avaliação feita pelos professores, com base numa metodologia da rede, que mostra que subiu de 65% para 87% o número de alunos alfabéticos no segundo ano. Nossa meta é alcançar 96% nesse conceito”, diz.

Por alfabéticos deve-se entender os estudantes que já estão numa determinada fase de aquisição da linguagem escrita, conseguindo associar as palavras com suas grafias corretas, respondendo positivamente a um ditado, por exemplo. O conceito não é o mesmo que alfabetizado, que inclui um domínio maior do processo, com capacidade de escrita maior e associações de idéias.

De acordo com os resultados da Prova Brasil, avaliação aplicada pelo Ministério da Educação (MEC) com todas escolas de ensino fundamental do País, a rede municipal de São Paulo teve em matemática 166,86 pontos de um total de 350. A média brasileira ficou em 179,98.

O programa Ler e Escrever foi lançado pelo ex-prefeito José Serra (PSDB) e funciona com alunos de faculdades de Pedagogia e Letras, que recebem R$ 400 por 20 horas semanais. Para eles, a participação no programa conta como estágio. Quando assumiu o governo do Estado, Serra também implementou o programa nas escolas estaduais.

CURRÍCULO

Outra novidade que será implementada na rede já no primeiro semestre do ano que vem é um guia para professores com currículo mínimo - referência que, de acordo com os Parâmetros Nacionais Curriculares toda rede deveria ter feito desde a Lei de Diretrizes e Bases, mas que praticamente nenhuma até então tinha elaborado. No Estado, a secretaria de Educação também finaliza o seu, voltado para o ensino médio. “Não vamos impor ou modificar o trabalho do professor em sala de aula, ele continua com sua liberdade pedagógica, para escolher seu método de ensino. O que estamos fazendo é uniformizar o conteúdo”, explica Regina Lico Suzuki, diretora pedagógica da secretaria.

Ou seja, pela primeira vez, os estudantes de todas as escolas da rede terão definidos o que deve ser ensinado em cada ano, em cada disciplina. Até então, cada professor, baseado no livro didático, fazia como achava melhor.

E não eram raros casos de alunos do mesmo ano que, precisando mudar de bairro e de escola, acabam caindo numa classe onde estava sendo ensinado outro conteúdo. O material também será entregue para os pais, para que possam saber e acompanhar o que seus filhos estão aprendendo na escola.

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Jornal O Estado de São Paulo

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