Sono ruim favorece diabete |
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Publicado no Site do Jornal O Estado de São Paulo de 02/01/08 |
Sono ruim favorece diabete
Habilidade do corpo de controlar a glicose cai 25%
AP, Washington
Uma pesquisa conduzida por cientistas americanos indica que interrupções no sono podem atrapalhar a capacidade do corpo de regular os níveis de glicose no sangue, elevando potencialmente o risco de se desenvolver a diabete do tipo 2.
Outros estudos já haviam indicado que a insônia tem efeito similar. A nova pesquisa mostra que a qualidade do sono também aumenta o risco da diabete. Os resultados foram publicados nesta semana na edição online da revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences (www.pnas.org).
Milhões de pessoas sofrem com a doença no mundo, especialmente aquelas com mais de 40 anos. Ela ocorre quando o organismo torna-se resistente à insulina ou não produz o hormônio em quantidade suficiente para regular a glicose na corrente sanguínea.
No teste com voluntários, uma equipe liderada por Esra Tasali, do Centro Médico da Universidade de Chicago, descobriu que a interrupção dos períodos mais profundos do sono tem rapidamente impacto negativo: os níveis de glicose não foram corretamente regulados.
MUDANÇA NO RITMO
Os cientistas analisaram os padrões de sono de nove voluntários saudáveis, cinco homens e quatro mulheres. Todos estavam com o peso normal e tinham entre 20 e 31 anos.
O sono é dividido em diversos estágios - o das ondas lentas é o mais profundo. Sempre que os voluntários entravam nesse ponto, os pesquisadores faziam algum barulho suficientemente alto para atrapalhar o sono, mas que não chegava a acordá-los. Em apenas três dias, a habilidade do corpo de regular o açúcar caiu 25%.
“Nesse experimento, provocamos o sono de pessoas com 60 anos em jovens com 20 a 30 anos”, explica Tasala. “Essa queda no estágio de ondas lentas imita as mudanças nos padrões de sono observadas em pessoas a partir dos 40 anos.”
A redução da quantidade de minutos de sono profundo é uma característica do envelhecimento e de desordens normalmente ligadas à obesidade, como a apnéia obstrutiva. Em jovens, tal estágio dura de 80 a 100 minutos; em pessoas com 60 anos, ele toma menos de 20 minutos.
“Os resultados sugerem que estratégias para melhorar a qualidade do sono, assim como a quantidade, podem ajudar a prevenir ou adiar o surgimento da diabete do tipo 2 nos grupos de risco”, afirmou a cientista Eve Van Cauter, co-autora do estudo.
http://www.estado.com.br/editorias/2008/01/02/ger-1.93.7.20080102.8.1.xml
Jornal O Estado de São Paulo
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