Publicado no Site da Globo.com em 04/01/2008

Sistema cria \"bolha\" de internet para uso em desastres

da Efe, em Washington

Cientistas da Califórnia criaram um sistema que pretende evitar o colapso da internet quando ocorrer um desastre como o furacão Katrina, que atingiu Nova Orleans em 2005.

O espanhol Javier Rodríguez Molina, estudante de pós-graduação responsável pela idéia, diz que solução é enviar um robô móvel que abre uma \"bolha\" de internet ao seu redor.

Rodríguez Molina faz parte de uma equipe do Instituto de Telecomunicações e Tecnologia Informática da Universidade da Califórnia em San Diego. O objetivo do grupo é mudar a maneira como os serviços de emergência respondem a um desastre.

Atualmente algumas empresas americanas já oferecem a bombeiros e pessoal médico a possibilidade de criar uma rede de internet sem fio em centros improvisados de controle. A Polícia também conta com pequenos veículos teleguiados com câmeras e microfones em situações com reféns e outras operações.

O sistema criado pela equipe uniu os dois conceitos. Um robô, que poderia ser confundido com um caminhão de brinquedo, funciona como uma plataforma capaz de receber todo tipo de aparelho, como sensores de radiação, um braço mecânico, uma bússola digital ou um aparelho de GPS. Ele pode ser dirigido com um telefone normal ou um computador com acesso à web de qualquer parte do mundo.

\"Ninguém tinha desenvolvido um sistema que pudesse ser controlado por telefone\", disse Rodríguez Molina, acrescentando que \"todo mundo tem um telefone e é algo barato\".

Bolha

O robô cria uma bolha de internet de cerca de 200 metros de diâmetro e pode transmitir vídeo, áudio e dados dos escombros de um edifício, uma caverna derrubada ou em meio ao caos de um atentado terrorista.

Para estabelecer uma área maior, a equipe da Universidade da Califórnia, dirigida por Don Kimball, complementa a ação do robô com unidades sem rodas carregadas em malas. Dentro do espaço wi-fi criado, podem fornecer acesso à internet a médicos que precisam saber a que hospitais mandar os feridos num desastre, por exemplo.

Mas o plano dos engenheiros e programadores é fazer a bolha completamente móvel. \"Queremos construir um grupo de robôs que se comuniquem, tendo um robô comandante. Poderíamos mandar todos a um ponto determinado, para criar uma rede\", explicou Rodríguez Molina.

Outro projeto é fabricar um pequeno avião teleguiado que ofereça imagens e outros dados. Os cientistas também pretendem aperfeiçoar o sistema de locomoção do robô, para que ele possa subir escadas e superar obstáculos como calçadas ou pedras.

http://www1.folha.uol.com.br/folha/informatica/ult124u360160.shtml

EFE, em Washington

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