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Publicado Diário do Grande ABC |
Mente de Super-homem
Miriam Gimenes
Do Diário do Grande ABC
Cultura machista impera
Falta tempo para eles
Um dia vivi a ilusão de que ser homem bastaria, que o mundo masculino tudo me daria do que eu quisesse ter.” A música Super-Homem, de Gilberto Gil, traduz em poucas linhas o tipo de mentalidade a que os homens são ensinados a ter desde pequenos. Auto-suficientes, fortes e inatingíveis, a grande maioria acredita que nem mesmo uma doença pode derrubá-los. E é aí que está o erro.
Dados do Ministério da Saúde apontam que, embora o número de nascimentos masculinos supere 5% os femininos, o homem apresenta a maior taxa de mortalidade até os 79 anos. Entre as principais causas de morte estão as doenças no sistema circulatório, os cânceres e, na faixa etária entre 15 a 29 anos, acidentes de trânsito e violência.
Segundo o cardiologista José Luis Aziz, da Faculdade de Medicina ABC e membro da sociedade Brasileira de Cardiologia, a mentalidade masculina de que são inatingíveis atrapalha muito a reduzir esses índices, e isso deve ser mudado.
“Os problemas cardiovasculares, relacionados aos circulatórios, aumentam a incidência a partir dos 35 anos. A partir dessa idade, o check-up anual é obrigatório, principalmente para quem tem casos na família”, diz o especialista.
O homem possui esses problemas, segundo Aziz, porque se cuida mal, se alimenta mal, fuma mais e tem uma vida muito estressante. “Por saberem de tudo isso têm receio de ir ao médico e constatar uma doença”, Para o sexo masculino, o profissional recomenda: “A medicina preventiva é mais eficiente que a curativa, então é melhor tratar em 30 anos do que sofrer em dez e não ter resultado.”
Cultura - A idéia de que homem não chora, não pode sentir dor e que tem de ser forte é algo que predomina desde a infância. Algumas mães dizem aos filhos, ainda hoje, que eles não podem brigar na rua e voltar chorando para casa, senão apanham.
Salomão Rabinovich, membro da Academia Paulista de Psicologia, atribui isso ao fato de dificilmente um homem assumir que tem alguma dificuldade. “Só depois que a ficha cai e o problema começa a ficar mais sério, é que as pessoas iniciam um tratamento.”
E não adianta, segundo o psicólogo, a pressão familiar. Para ele, se a pessoa não quer se tratar, não há quem a faça ir a um médico, já que o hábito tem de vir desde a infância.
Já Aziz acredita na força da família. “Use o lado sentimental. Mostre o quanto este homem é importante, o quanto vocês precisam dele. Quem sabe assim ele se valorize mais.”
Política de incentivo
Do Diário do Grande ABC
Para ajudar os homens a perder o medo de ir ao médico, o Ministério da Saúde lançou o programa de Política Nacional de Atenção à Saúde do Homem.
Em vigor desde o ano passado, o serviço – que deve ser intensificado a partir de março –, criado pelo ministro José Gomes Temporão, tem como objetivo principal mudar a mentalidade masculina.
O ministério está desenvolvendo programas para estimular as ações preventivas para o câncer de próstata e para conscientização em relação à violência e acidentes de trânsito.
Também está sendo disponibilizado na rede credenciada ao SUS (Sistema Único de Saúde), profissionais capacitados para realizar exames específicos masculinos a fim de evitar, principalmente, doenças cardiovasculares.
Isso porque dados do ministério apontam que 50% dos cadastrados para o tratamento de hipertensão e diabetes aderem menos ao processo do que as mulheres que possuem essas patologias.
Outro número que assusta: a proporção de mortes em relação ao sexo feminino é de 80% (homens) a 73% (mulheres), nos grupos de idade entre 15 a 29 anos e 30 a 39 anos.
O projeto, ainda em fase de implementação, deve realizar estudos epidemiológicos em Estados e municípios, assim como pesquisa para elaborar a implantação dessas políticas voltadas ao homem.
Cultura machista impera
Do Diário do Grande ABC
O machismo é o principal causador de problemas de saúde nos homens, entre eles o câncer de próstata. O urologista membro da Sociedade Brasileira de Urologia, Celso Marzano, de São Caet
http://diaadia.dgabc.com.br/materia.asp?materia=626875
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