Oncologista brasileira representará OMS na AL |
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Fonte: Jornal O Estado de São Paulo - 29/01/08 |
Oncologista brasileira representará OMS na AL
Sílvia Brandalise, de Campinas, estará à frente de quatro projetos
Tatiana Fávaro
Sílvia Brandalise exibe entre suas credenciais os títulos de diretora da Sociedade Latino-Americana de Oncologia Pediátrica, diretora do Centro Infantil Boldrini (hospital filantrópico para o tratamento do câncer infantil, em Campinas) e responsável pelo Protocolo Brasileiro de Leucemia. Em breve, acrescentará mais um título. Aos 64 anos, Sílvia acaba de ser convidada para representar a América Latina na Organização Mundial da Saúde (OMS), entidade ligada às Nações Unidas.
Sua principal missão será, com o apoio do Boldrini, que acaba de completar 30 anos de atividade, ajudar a desenvolver quatro projetos. O grupo de trabalho que o hospital passa a integrar é responsável por estudos sobre o impacto de pesticidas e a relação desses produtos (inseticidas, venenos, agrotóxicos) com a incidência de câncer infantil; sobre relação da idade dos pais com a doença; sobre aspectos éticos e políticas de estudos relacionados ao assunto; e sobre leucopenias e aplasias de medula (que resultam na falência da medula óssea).
A equipe de Sílvia Brandalise também vai cooperar com o Grupo Berlim-Frankfurt e Munster (BFM), para a organização de um novo protocolo de tratamento da leucemia promielocítica aguda (doença que representa de 10% a 15% das leucemias mielóides agudas, tipo mais comum em crianças de até 1 ano). O Boldrini foi escolhido por ser referência no tratamento de câncer infantil na América Latina.
“Eles tiveram um desenvolvimento que permite não somente ser referência em tratamento, mas exportador de conhecimento. O hospital deixou de ser instituição de assistência para ser também norteador nas pesquisas na área de prevenção e desenvolvimento de tratamento do câncer na infância, um caminho mais enfático na prevenção e detecção precoce”, afirmou o secretário da Saúde de Campinas, José Francisco Kerr Saraiva. “Outra coisa importante é a segurança no tratamento para crianças de baixa renda”, afirmou. Só pelo Sistema Único de Saúde (SUS) são atendidos 80% dos pacientes do hospital.
Neste ano, o hospital deve concluir o projeto do Centro de Diagnóstico Pediátrico Ronald McDonald’s. A rede de lanchonetes já doou R$ 600 mil para a construção do centro. Parcerias com a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e com o Rotary Club (Brasil e seccional Campinas) permitirão desenvolver mais pesquisas no local e comprar equipamentos para a nova unidade.
“O Brasil é referência na área. O País participou de pesquisas para as duas vacinas contra o HPV (vírus que pode levar ao câncer de colo de útero), por exemplo. Mas aqui investe-se muito pouco para que as pesquisas cheguem à fase clínica”, disse o oncologista Julio César Teixeira, coordenador do Ambulatório de Oncologia Ginecológica do Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher (Caism), da Unicamp. O Boldrini deve realizar outro projeto em breve. O objetivo é firmar parceria com a prefeitura de Campinas para o financiamento de exames de ultra-som abdominal, para detecção de tumores embrionários.
“Queremos adquirir um aparelho de ultra-som abdominal. Já temos uma parceria com a prefeitura para um mapeamento de retina, exame feito em crianças aos 4 e aos 15 meses que consegue detectar um tumor do tamanho da cabeça de um alfinete. Para associar esse exame ao ultra-som abdominal, na rede pública, precisaríamos de R$ 100 mil por mês, para atender 4 mil crianças”, disse Sílvia.
NO MUNDO
Em 2004, China, Estados Unidos Inglaterra e Austrália formaram um consórcio (International Childhood Cancer Cohort Consortium) que, em parceria com a OMS e o Instituto Nacional de Saúde dos EUA, estabeleceu programas de estudo de base populacional para analisar a incidência de câncer do pré-natal até após o parto. Entre outros aspectos, eram analisados o uso de medicamentos pela mãe, as atividades profissionais dos pais antes e durante a gravidez, o uso de ácido fólico, o uso de pesticidas, o peso da criança, a idade dos pais, o número de infecções
http://www.estado.com.br/editorias/2008/01/29/ger-1.93.7.20080129.7.1.xml
Jornal O Estado de São Paulo
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