SP tem 1,8 mil escolas vulneráveis |
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Fonte: Jornal O Estado de São Paulo - 31/01/08 |
SP tem 1,8 mil escolas vulneráveis
Alunos estão expostos a altas taxas de homicídio e evasão, por exemplo; professor dessas unidades terá bônus
Renata Cafardo e Simone Iwasso
A região sul da cidade de São Paulo tem 195 escolas estaduais consideradas vulneráveis - a maior concentração da capital -, segundo estudo do governo que cruzou dados da Fundação Seade. Professores e funcionários que trabalham nesses estabelecimentos receberão um adicional de até R$ 300 em seus salários. Outras mais de 200 escolas na capital, e um total de 1.837 no Estado, estão na mesma situação.
Há 17 anos, o governo não atualizava essa classificação da rede estadual de ensino para conceder o bônus. As escolas cujos profissionais recebiam o Adicional Local de Exercício (ALE) tinham sido indicadas por diretorias de ensino em 1991. Desde então, áreas do Estado consideradas problemáticas se desenvolveram e outras pioraram. O número de professores e funcionários que receberão a gratificação, no entanto, cresceu pouco. Passou de 73.748 para os atuais 74.468.
O Índice de Vulnerabilidade Social, elaborado pela Fundação Seade, foi criado em 2003. Os técnicos levam em conta dados do Censo Demográfico, feito pelo IBGE, e as taxas de mortalidade por homicídios, acesso ao ensino médio, evasão escolar e maternidade precoce. A partir daí, forma-se um índice derivado da combinação entre as dimensões socioeconômica e demográfica e divide-se em seis grupos de acordo com a vulnerabilidade social, que vão de 1 a 6. Eles representam desde a ausência de pobreza (vulnerabilidade nenhuma) até a completa existência dela (vulnerabilidade muito alta).
'Isso não quer dizer que as crianças nesses locais têm necessariamente mais dificuldade de aprendizagem ou que as escolas são piores. Mas, sim, que estão mais vulneráveis', diz a gerente de projetos da Secretaria Estadual de Educação, Maria Auxiliadora Albergaria. Segundo ela, os dados serão agora atualizados periodicamente.
'É boa a iniciativa de atualizar essas regiões consideradas vulneráveis usando um levantamento mais sério para isso', afirma Loreta Paolieri Pancera, vice-presidente do Centro do Professorado Paulista (CPP). Segundo ela, hoje, há profissionais que recebem o bônus sem estar em áreas vulneráveis e outros, que não têm direito, apesar de trabalharem em escolas problemáticas.
MAIS PROBLEMAS
Os bairros com maior quantidade de escolas vulneráveis são Cidade Tiradentes, Jardim São Paulo e Parelheiros, com cinco estabelecimentos cada. Na divisão por regiões, a central da cidade tem uma das menores concentrações de profissionais que receberão o bônus: só 12 escolas.
A zona leste registra o segundo maior número de escolas vulneráveis: 154. São outras 55 na região norte e nenhuma na oeste. As cidades do interior e litoral que também têm escolas em áreas com problemas são: Bauru, Campinas, Franca, Guarujá, Jundiaí, Piracicaba, Ribeirão Preto, Santos, São José dos Campos, São José do Rio Preto, São Vicente e Sorocaba.
Das 1.837 escolas, 1.410 (76%) estão na capital e na Grande São Paulo. E 57 mil do total de profissionais que receberão o bônus estão também nessas regiões.
DISTRIBUIÇÃO
Total: O Estado de São Paulo tem 1.837 escolas em situações vulneráveis, onde trabalham 74.468 professores e funcionários
Localização: A zona sul da capital concentra o maior número de escolas em bairros considerados vulneráveis. São 195 unidades. Em segundo lugar está a zona leste, onde foram identificadas 154 escolas
Os piores: Alguns bairros de São Paulo se destacam: Cidade Tiradentes, na zona leste, têm 5 escolas na lista. Americanópolis, na zona sul, 4
http://www.estado.com.br/editorias/2008/01/31/ger-1.93.7.20080131.14.1.xml
Jornal O Estado de São Paulo
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