O Estado de São Paulo - 11.02.08

Negociações começaram em 2004
Feira, que inclui ciclo de cinema brasileiro em segmento paralelo, é ponto de partida para outros projetos entre Brasil e Espanha

Camila Molina

Durante seis dias, a Arco8 terá também espaços e programação paralela em que estarão artistas e galerias brasileiras. Dentre eles, o novo programa Arco 40; as apresentações de performances do Performing Solos; as exibições no Expanded Box e os Solos Projects; e um fórum de especialistas, no domingo, para debater a arte brasileira - os participantes serão Moacir dos Anjos, Luis Camillo Osório, Agnaldo Farias, Paulo Sergio Duarte, Marisa Mokarzel, Laymert Garcia dos Santos. \'Arco é uma feira antiga e está se modernizando, a começar pela troca de diretora a cada dois anos, e também por sua tentativa de aumentar o número de galerias estrangeiras e reduzir o de galerias espanholas. Isso abre mais espaço para a arte internacional e, obviamente, para a brasileira\', diz Eduardo Leme, convidado há dois anos para participar do grupo de seleção do evento.

Mas as negociações entre Brasil e Espanha vêm ocorrendo desde 2004, para culminar em ações mais amplas, segundo o diretor do Departamento de Museus e Centros Culturais do Instituto do Patrimônio Histórico Nacional (Iphan), José do Nascimento Júnior. Na quarta-feira, no Museu Nacional Centro de Arte Reina Sofia, na capital espanhola, o ministro Gilberto Gil e o ministro da Cultura da Espanha, César Antonio Molina, vão lançar a programação do Ano Ibero-Americano de Museus, de 2008. Em novembro de 2007, foi lançado no Chile o Programa Ibermuseus, que contará com a participação de 22 países para a realização de ações culturais para seus museus. \'O Brasil é o coordenador do programa e cuidará dos seus fundos\', diz Nascimento. Segundo ele, apenas o Brasil, a Colômbia e a Espanha já depositaram dinheiro para o fundo. \'Temos US$ 45 mil de cada país e os outros também darão a mesma quantia\', diz o diretor. Provavelmente, também, os ministros Gil e Molina anunciarão no Reina Sofia a realização, em 2009, do Ano da Espanha no Brasil e, em 2010, do Ano do Brasil na Espanha.

Para especificar um pouco sobre o que ocorre este mês em Madri, a programação paralela cultural de arte brasileira ocupará diversos lugares da cidade. No Reina Sofia, o artista carioca José Damasceno apresenta exposição com curadoria de Soledad Liaño e Rafael Garcia, e ainda ocorre, até o dia 24, o ciclo de vídeo Paisagens, com obras de 14 criadores, curadoria de Daniela Bousso e realização feita em parceria com o Prêmio Sergio Motta de Arte e Tecnologia.

Já na Sala de Exposiciones Alcalá 31, o Museu de Arte Moderna de São Paulo inaugura, na quinta-feira, a mostra Contraditório, edição do ano passado de seu tradicional Panorama da Arte Brasileira, que teve curadoria de Moacir dos Anjos; e no mesmo dia, na sala do Canal Isabel II, será aberta a exposição Suspensão e Fluidez, com obras de Eder Santos e curadoria de Solange Farkas.

No centro La Casa Encendida serão inauguradas as intervenções de Lucia Koch e Marcelo Cidade e mostra de vídeos de Cao Guimarães; no Matadero Madrid, as intervenções de Fernanda Gomes, Carmela Gross e do grupo GIA, além de encontro de coletivos brasileiros e espanhóis, acompanhado de conversa com os teóricos Manuel Delgado e Peter Pál Pelbart. A programação ainda se completa com ciclo de cinema brasileiro na Filmoteca Española, que se encerra no dia 28 - entre os filmes selecionados estão Madame Satã, Central do Brasil, O Invasor, Ônibus 174, Garotas do ABC, Peões e O Diabo a Quatro.

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Jornal O Estado de São Paulo

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