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Padres sugerem o fim do celibato


O Estado de São Paulo - 20.02.08

Padres sugerem o fim do celibato

Brasileiros levarão ao papa documento sobre alternativas para a vida religiosa e tolerância com segundo casamento

José Maria Mayrink, INDAIATUBA

O documento final do 12º Encontro Nacional de Presbíteros, encerrado ontem no Mosteiro de Itaici, município de Indaiatuba (SP), propõe ao Vaticano a busca de alternativas para o celibato sacerdotal - o que significaria a ordenação de homens casados e a readmissão de padres que deixaram suas funções para se casar.

Aprovado por 430 delegados que representavam os 18.685 padres das 269 dioceses brasileiras, onde trabalham em 9.222 paróquias, o pedido será enviado à Sagrada Congregação para o Clero, em Roma, atualmente presidida pelo cardeal d. Cláudio Hummes, ex-arcebispo de São Paulo.

Os padres pedirão também à Santa Sé “orientações mais seguras e definidas sobre o acompanhamento pastoral de casais de segunda união”, os católicos que se divorciaram e tornaram a se casar. Unidos pelo casamento civil, esses fiéis podem participar da vida da Igreja, mas não podem se confessar nem comungar.

As duas reivindicações contrariam normas em vigor na Igreja que, conforme d. Cláudio afirmou no plenário do Encontro de Itaici, a Igreja não tem a intenção de alterar. Os padres não sugerem a abolição total do celibato, que continuaria sendo uma opção, por exemplo, nas ordens e congregações religiosas, mas que haja outras “formas de ministério ordenado”.

A Igreja restabeleceu o diaconato permanente, que é exercido por homens casados. Os diáconos podem pregar nos templos e administrar sacramentos, embora não todos. Batizam, dão a unção dos enfermos e fazem casamentos, mas não celebram a missa nem ouvem confissões, privilégios exclusivos dos sacerdotes.

Outra reivindicação ousada do documento aprovado pelo Encontro de Presbíteros refere-se à nomeação de bispos. Proposta a ser encaminhada à Congregação para os Bispos pedirá uma revisão das nomeações “dentro de um espírito mais transparente, democrático e participativo junto dos presbitérios, dioceses e regionais da CNBB” (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil).

A escolha dos bispos, que são nomeados pelo papa, é feita sob sigilo pelo núncio apostólico, representante diplomático da Santa Sé. Ele envia a Roma uma lista tríplice, depois de consultar os titulares de dioceses da região em que o escolhido vai servir. Os padres querem ser ouvidos nesse processo.

Dentro do espírito da 5ª Conferência do Episcopado da América Latina e do Caribe, que se reuniu no ano passado em Aparecida para discutir o tema Discípulos e Missionários de Jesus Cristo, os padres chegaram à conclusão, em Itaici, de que precisam sair das paróquias para ir ao encontro dos fiéis, a começar pelos católicos que abandonaram a prática religiosa. As paróquias, dizem os padres, devem renovar sua estrutura para ser menos burocráticas.

SANTOS BRASILEIROS

O documento reivindica ainda que a Congregação para a Causa dos Santos encaminhe “os processos de beatificação e de canonização de padres e bispos brasileiros que seriam de grande estímulo para a vida e o ministério presbiteral”. Entre outros candidatos a santo, o texto cita Padre Cícero Romão Batista, d. Hélder Câmara e d. Luciano Mendes de Almeida.

O novo presidente da Comissão Nacional dos Presbíteros, padre Francisco (Chico) dos Santos, eleito em Itaci para um mandato de quatro anos, sugere uma redistribuição de padres entre as dioceses para atender as comunidades onde eles estão faltando. Ordenado há 32 anos, padre Chico é pároco em Muzambinho, no sul de Minas.



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Jornal O Estado de São Paulo

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