> Sistema Documentação
> Memorial da Educação
> Temas Educacionais
> Temas Pedagógicos
> Recursos de Ensino
> Notícias por Temas
> Agenda
> Programa Sala de Leitura
> Publicações Online
> Concursos & Prêmios
> Diário Oficial
> Fundação Mario Covas
Boa noite
Quinta-Feira , 16 de Maio de 2024
>> Notícias
   
 
Apostilas para os professores


O Estado de São Paulo - 22.02.08

Apostilas para os professores


A volta às aulas, nos colégios estaduais, começou com uma importante inovação didática. Pela primeira vez, na história da rede escolar paulista, os 200 mil professores que nelas trabalham receberam uma apostila com instruções sobre como proceder e quais conteúdos abordar em sala de aula. A inovação atinge as quatro últimas séries do ensino fundamental e as três séries do ensino médio e tem por objetivo assegurar um mínimo de uniformidade pedagógica.

Até o ano passado, cada professor tinha plena liberdade para escolher o método de ensino, o que dificultava uma avaliação do rendimento global da rede estadual. “Quando consultávamos a rede para saber que currículo era praticado, tínhamos 200 mil respostas diferentes. Não existia nada sistematizado e a rede precisava de alguma referência até para haver mais justiça na avaliação”, diz a coordenadora de assuntos pedagógicos da Secretaria da Educação, Maria Inês Fini.

A inovação é o primeiro passo para a implantação de um projeto mais amplo do governo estadual, que é o de criar incentivos para a melhoria da qualidade de ensino nos 5,5 mil colégios sob sua responsabilidade. Inspirado num bem-sucedido programa de reconhecimento ao mérito adotado nos países da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), especialmente os EUA e a Inglaterra, o projeto prevê a concessão de bônus salariais ao corpo docente e administrativo das escolas que tiverem bom desempenho pedagógico, superando as metas anuais de produtividade acadêmica fixadas pelas autoridades educacionais. Sem uma uniformização de métodos pedagógicos, a Secretaria da Educação não teria como comparar as escolas da rede estadual, para identificar e premiar as mais eficientes.

A introdução das apostilas não retira a autonomia dos docentes, limitando-se a fornecer a cada um deles informações sobre os pontos do currículo que precisam ser enfatizados, principalmente em língua portuguesa, matemática, história, geografia e ciências. As sugestões se baseiam nas dificuldades de aprendizagem dos alunos identificadas pelo Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar (Saresp) da Secretaria da Educação e proporcionam aos professores orientações práticas sobre como preparar uma aula, como dividir as atividades letivas por temas e como utilizar jogos, ilustrações e vídeos para tornar as aulas mais dinâmicas e motivar os alunos a estudar.

Impressas nos formatos de revista e jornal, com o nome “São Paulo na Escola”, as primeiras apostilas serão utilizadas somente até 30 de março e privilegiam a recuperação de português e matemática. A partir de abril, os professores receberão uma nova série de fascículos, completando o currículo do ano letivo. Os textos fazem referência aos livros didáticos distribuídos gratuitamente pelo governo federal, e que podem ser livremente escolhidos pelos professores com base num catálogo distribuído pelo Ministério da Educação (MEC).

Como era de esperar, a iniciativa do governo estadual está sendo criticada pelo Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp). Para a entidade, a distribuição de apostilas tira a liberdade do professor de decidir como deve conduzir sua aula, “massifica o ensino” e iguala a rede escolar pública ao ensino privado, em cujo âmbito os grandes complexos educacionais - como COC, Positivo e Objetivo - há muito tempo fornecem material didáticos aos alunos. “Agora vai ser tudo igual”, diz o presidente da Apeoesp, Carlos Ramiro de Castro. Em resposta às acusações da Apeoesp, a secretária de Educação, Maria Helena Guimarães de Castro, limitou-se a classificá-las como “baboseira ideológica”. “A experiência mostra que professores com apoio didático vão mais longe em sala de aula”, concluiu.

A secretária está certa. Poucos são os governos estaduais que têm procurado ir ao ponto central da questão, modernizando currículos, produzindo material didático, desenvolvendo novas técnicas pedagógicas, oferecendo cursos de qualificação docente e premiando os bons professores. A distribuição de apostilas e o a

http://txt.estado.com.br/editorias/2008/02/22/edi-1.93.5.20080222.2.1.xml

Jornal O Estado de São Paulo

Para mais informações clique em AJUDA no menu.

 





Clique aqui para baixar o Acrobat Reader