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Quinta-Feira , 01 de Maio de 2025
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Nota 10 para Tocantins


Revista Época Negócios

Nota 10 para Tocantins

Como a parceria entre uma ONG, o governo estadual e municípios colocou o mais jovem estado do país no mapa do ensino de qualidade

por René Daniel Decol


Tocantins, o estado mais jovem do Brasil, costuma ser pródigo em más notícias. Seu Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é um dos mais baixos da federação: se fosse um país independente, perderia para Jordânia, Irã, Azerbaijão, Jamaica, Vietnã e Turcomenistão. O norte do estado abriga bolsões de pobreza de arrepiar. Na região do Bico do Papagaio, entre Maranhão e Pará, 12 pessoas, na maioria crianças, ficaram cegas há dois anos, após ter contato com as águas do rio Araguaia. Suspeita-se do parasita trematóide, transmitido por caramujos.
Mas há uma área na qual o estado vem se destacando, e muito: na educação pública. Parte da explicação é a política - ou melhor, a ausência da política, onde nomeações são usadas habitualmente como moeda em troca de apoio eleitoreiro. A atual secretária de educação do estado, Maria Auxiliadora Seabra Rezende, mais conhecida como professora Dorinha, de 44 anos, assumiu o cargo em 2000, quando a então titular se ausentou para disputar um cargo eleitoral. Dorinha era uma técnica competente e mostrou-se à altura do desafio. Tanto que tem sido mantida no cargo ao longo das três últimas administrações, algo tão raro que, hoje, é a secretária de educação mais antiga no país. Depois de sua chegada, as escolas nos municípios ganharam autonomia para administrar seus recursos, e mestres, pais e alunos tornaram-se co-responsáveis pela gestão escolar. Dorinha também foi bem-sucedida ao se cercar de ONGs competentes para assessorá-la na hercúlea tarefa de erguer quase do zero a educação do estado. O resultado está em indicadores de fazer inveja a outros estados, como um salto espetacular no percentual de alunos em nível adequado de aprendizagem ao final da 4ª série: de 5% em 2003 para 91% em 2006

Um dos principais parceiros pela educação no Tocantins é o Instituto Ayrton Senna (IAS), criado por Viviane Senna, irmã do piloto. Voltada para o treinamento de professores da rede pública, a organização vive dos royalties do licenciamento da imagem de Ayrton e do personagem Senninha, e de contribuições de empresas como Microsoft, Vale e Unibanco. Apesar de ser uma organização do terceiro setor, o instituto funciona exatamente como uma consultoria de gestão de negócios: faz diagnósticos, propõe soluções, dá treinamento de pessoal, mas não executa diretamente os projetos. As próprias secretarias e escolas colocam a mão na massa. "Conseguimos colocar 97% das crianças do país em sala de aula, mas a qualidade despencou: as crianças não aprendem, repetem ou saem da escola", diz Viviane. É um desperdício estimado em mais de R$ 10,5 bilhões por ano. "Pior do que o desperdício de recursos, é o desperdício dos oito anos de vida mais importantes na formação de milhões de crianças." Seu objetivo ao criar o instituto, em 1993, era encontrar formas de combinar qualidade em educação com impacto em grande escala: "Fazer projetos no varejo é bonito, mas não é relevante para o tamanho dos problemas que temos no Brasil", afirma.

O SALTO DE TOCANTINS
Alguns indicadores mostram como o estado vem conseguindo, em pouco tempo, resultados expressivos na educação



http://epocanegocios.globo.com/Revista/Epocanegocios/0,,EDG81540-8383-12,00.html

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