> Sistema Documentação
> Memorial da Educação
> Temas Educacionais
> Temas Pedagógicos
> Recursos de Ensino
> Notícias por Temas
> Agenda
> Programa Sala de Leitura
> Publicações Online
> Concursos & Prêmios
> Diário Oficial
> Fundação Mario Covas
Boa noite
Quinta-Feira , 01 de Maio de 2025
>> Notícias
   
 
De faxineira a pesquisadora de Harvard


Estadão.com - 24.03.08

Mineira passa de faxineira a pesquisadora de Harvard

Ilma Paixão chegou aos EUA em 1984 revoltada com a realidade do Brasil.

Da BBC Brasil - BBC


- Ilma Paixão estava decepcionada com o Brasil quando resolveu deixar o país em 1984. Não era apenas a crise econômica que assolava o país que a incomodava, mas a falta de oportunidades para "mulheres e, principalmente, mulheres de cor", disse.

"Eu entro naquele quadro 'mulata do Sargentelli'. Tenho um corpo mais moldado, sou alegre, comunicativa, simpática com as pessoas e, no Brasil, se você tem essas características, essa passa a ser a sua única característica", disse Ilma à BBC Brasil.

"Pra mim foi revoltante, vi muita coisa e notei que, por mais capacidade que eu tivesse, seria muito difícil chegar onde meu idealismo pensava que uma mulher como eu pudesse chegar", contou.

Ilma tinha 20 anos e trabalhava como enfermeira em Governador Valadares quando soube que um empresário carioca estava ajudando valadarenses a deixar o país.

"Quem contou para a gente das oportunidades da vida lá fora, quem abriu nossa mente foi o empresário Roberto White, que ajudou vários valadarenses a deixarem o Brasil entre 1984 e 86. Eu vim com um grupo dele, com a cara e com a coragem", disse Ilma.

Ela desembarcou em Miami e, de lá, seguiu para Boston. Quando chegou à cidade, não falava nenhuma palavra em inglês e foi dormir em uma quitinete com outras nove pessoas.

"Tinha gente dormindo até no banheiro", recorda.

Líder comunitária

Depois de instalada em outra casa, junto com outros imigrantes brasileiros que também haviam ido com a ajuda de White, Ilma começou a trabalhar na cozinha do Hotel Sheraton na cidade.

"Ninguém trabalhava menos que 60 horas por semana. Mas, na época, se ganhava bem, já dava para fazer uns U$7 ou U$8 por hora", conta.

Ilma guardava dinheiro para ajudar a família no Brasil e continuar a vida nos Estados Unidos. À medida que a situação melhorava, ela trazia os parentes do Brasil. Quando teve a primeira filha, em 1987, chamou a irmã e a sobrinha, depois trouxe o irmão e os sobrinhos.

Quando os filhos já estavam um pouco maiores, ela começou a trabalhar como doméstica. Foi a partir desse período que seu envolvimento com a comunidade brasileira se tornou maior e aumentou seu interesse pelo engajamento social e político.

"Limpando as casas, eu conheci várias famílias brasileiras, criei um grupo de orações, fazia reuniões. Assim, foi surgindo uma comunidade mesmo", contou.

"Tinha um patrão brasileiro que me dava o jornal New York Times e as revistas New Yorker e Forbes para ler e eu fui me interessando. Sempre que dava, fazia cursos profissionalizantes, buscava cursos gratuitos e fui me especializando", conta Ilma.

Quando uma das sobrinhas entrou para a escola, em 1986, Ilma passou a trabalhar ativamente em campanhas para levantar fundos para a instituição, fazia reuniões com pais e começou consolidar a trajetória de ativista social.

Seu interesse nas atividades sociais e como líder comunitária fez com que fosse eleita, mais de uma vez, como a presidente da Bramas (Brazilian American Association), que presta assistência a brasileiros em Framingham.

Capacitação

No entanto, foi o projeto Handeiras, criado por ela em 2003, com o intuito de capacitar rendeiras brasileiras da comunidade indígena de Xukurus, que lhe rendeu o título de professora associada no Centre for Reflective Community Practice do Instituto de Tecnologia de Massachussets (MIT, na sigla em inglês), que trabalha com desenvolvimento econômico para comunidades e inovações comunitárias.

A idéia do projeto é simples: Ilma vai até o Brasil, seleciona algumas peças produzidas pelas rendeiras e as vende como produto artesanal em lojas nos Estados Unidos. O dinheiro revertido é reinvestido na comunidade em escolas, cursos de capacitação, construção de ateliês e outros projetos.

Desde a criação, o projeto já ajudou a manter mais de 200 crianças na escola e já auxiliou mais de 300 agricultores, além de garantir a r

http://www.estadao.com.br/geral/not_ger144824,0.htm

Jornal O Estado de São Paulo

Para mais informações clique em AJUDA no menu.

 





Clique aqui para baixar o Acrobat Reader