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Protestos atrapalham cerimônia olímpica


O Estado de São Paulo - 25.03.08

Protestos atrapalham cerimônia olímpica

Ativistas são presos por tentar impedir acendimento da tocha na Grécia

AP, AFP, EFE E REUTERS

Olímpia, Grécia - O governo chinês afirmou que vai aumentar a segurança no trajeto que será percorrido pela tocha olímpica, após manifestantes terem interrompido a cerimônia de acendimento ontem na Grécia. Durante o ato, realizado em Olímpia, integrantes da ONG francesa Repórteres Sem Fronteiras (RSF) conseguiram romper o esquema de segurança para protestar contra a posição da China em relação aos direitos humanos.

Os manifestantes carregavam uma bandeira com cinco algemas interligadas semelhantes aos anéis olímpicos, e um deles conseguiu aproximar-se do responsável chinês do comitê organizador da Olimpíada, Liu Qi. Os três foram presos e podem ser processados por conduta desrespeitosa durante um evento público. De acordo com a polícia, eles conseguiram entrar na cerimônia por meio de credenciamento de imprensa.

O presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Jacques Rogge, lamentou o ocorrido, que também foi condenado pelo governo grego. “É sempre muito triste quando há manifestações, mas essas não foram violentas e creio que isso é o mais importante”, afirmou Rogge. A ONG responsável pelo protesto respondeu: “Se a tocha olímpica é sagrada, os direitos humanos são mais sagrados ainda”, afirmou em nota. “Nós não podemos deixar que o governo chinês se aproveite da tocha olímpica, um símbolo de paz, sem denunciar a situação dramática dos direitos humanos no país.”

Momentos depois do protesto, uma mulher tibetana coberta de tinta vermelha deitou-se no caminho de um dos atletas que carregava a tocha, enquanto outros manifestantes gritavam “Libertem o Tibete”. A polícia conseguiu retirar a mulher do local. A cerimônia, transmitida ao vivo para o mundo todo, teve os trechos dos protestos censurados na emissora estatal chinesa, que exibiu imagens gravadas previamente.

A cerimônia de ontem marcou o início da jornada da tocha que, em 130 dias percorrerá 137 mil quilômetros antes de chegar a Pequim em 6 de agosto - dois dias antes do começo da Olimpíada. A tocha deve chegar à China em maio e passar em junho por Lhasa, capital tibetana que foi cenário de violentos protestos nos últimos dias.

Os protestos tiveram início no dia 10 para marcar o 49º aniversário do fracassado levante de tibetanos contra o domínio chinês, em 1959, que levou ao exílio do dalai-lama na Índia. Segundo números oficiais, as manifestações deixaram 22 mortos. No entanto, o governo tibetano no exílio afirmou ontem que a repressão dos protestos deixou pelo menos 130 mortos.

As autoridades chinesas anunciaram ontem que 381 pessoas que participaram dos “distúrbios” ocorridos na Província de Sichuan, sudoeste da China, se entregaram “voluntariamente” à polícia. Pequim havia dado um prazo - expirado na semana passada - para que os participantes das manifestações se entregassem. Ontem, a polícia do Nepal dissolveu uma manifestação de tibetanos exilados contra a China em Katmandu. Cerca de 475 manifestantes foram presos, segundo a ONU.

Em Sichuan, no oeste da China, confrontos com “gangues” deixaram um policial morto e vários outros feridos, afirmou ontem a mídia estatal.

Pequim acusa o dalai-lama de ter conspirado para sabotar os Jogos Olímpicos e de ser o cérebro por trás das manifestações. O dalai-lama desmentiu as acusações e disse que não se opõe à Olimpíada.

A secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, pediu ontem que a China adote uma política mais “sustentável” em relação ao Tibete, e pediu para que o governo dê início a conversas com o dalai-lama. O presidente francês, Nicolas Sarkozy, também pediu que Pequim considere dialogar com o líder espiritual. Em carta enviada ao presidente chinês, Hu Jintao, Sarkozy expressou a disponibilidade de seu governo de “facilitar” o diálogo.



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Jornal O Estado de São Paulo

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