SP cria comitê para refugiados |
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O Estado de São Paulo - 02.04.08 |
SP cria comitê para refugiados
Meta é promover inclusão social de exilados no Estado
Fausto Macedo
O governo de São Paulo anunciou ontem a criação do Comitê Estadual para os Refugiados (CER), com a missão de promover políticas de assistência, inclusão social e garantia de direitos humanos a estrangeiros que vivem no Estado como exilados. José Serra, governador paulista, ele próprio perseguido pelo regime militar (1964-1985), que obrigou-o a um exílio de 3 anos, fez a saudação. “Para alguns, como é o meu caso, recordam um período de diáspora porque tiveram que procurar outros países que os acolhessem e permitissem reconstruir as suas vidas à espera do sempre e ansiado retorno.”
O comitê será presidido pelo secretário da Justiça, Luiz Antonio Marrey, e terá representantes de outras 10 pastas. Contará, ainda, com a participação do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), que atua em 116 países e mantém mais de 30 milhões de pessoas sob sua responsabilidade - Serra e o secretário-chefe da Casa Civil, Aloysio Nunes Ferreira Filho, ficaram sob a proteção do Acnur.
Vivem no Brasil cerca de 3,8 mil refugiados de 69 países. São Paulo abriga quase 2 mil cidadãos nessas condições. Eles deixaram seus países com medo de represálias políticas e acuados por discriminações. “O novo comitê será uma instituição a mais a trabalhar no sentido da implementação desses princípios, desta vez voltada a pessoas que os percalços da história, mas principalmente a intolerância e a injustiça, excluíram de suas pátrias.”
“No mundo repleto de fronteiras políticas e barreiras culturais e sociais o comitê pode representar a abertura de uma passagem, uma saída de emergência com toda a estrutura de segurança necessária para auxiliar e acolher aqueles que, por motivos diversos, optaram e tiveram que buscar essa passagem”, destacou o governador.
“A preocupação com o refugiado sempre sensibilizou a Igreja, atenta às palavras de Jesus no Evangelho: ‘Eu era peregrino e vós me acolhestes.’ O peregrino, nesse caso, é o errante sem pátria, sem lar, sem teto, politicamente perseguido”, disse d. Odilo Scherer, cardeal-arcebispo de São Paulo.
http://txt.estado.com.br/editorias/2008/04/02/pol-1.93.11.20080402.47.1.xml
Jornal O Estado de São Paulo
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