MG monitora escola e melhora ensino |
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O Estado de São Paulo - 12.05.08 |
MG monitora escola e melhora ensino
Colégios recebem visita de técnicos para buscar meios de ampliar o rendimento; notas em avaliação subiram
Lígia Formenti
Barbacena (MG) - Quando o sábado chega, o aluno Ramon de Arruda Coelho acorda cedo e logo vai para rua esperar a vice-diretora da escola, que mora perto de sua casa. Ao encontrá-la, a pergunta é sempre a mesma: “Hoje tem aula?”
O interesse destoa da fama de desatento e indisciplinado que ganhou no ano passado, mas tem explicação. Aos sábados, a Escola Estadual Embaixador José Bonifácio, uma das mais antigas da cidade mineira de Barbacena (a 170 km de Belo Horizonte), passou a oferecer aulas de artes marciais, jogos de vôlei e basquete, além de um lanche com frutas. “Melhor do que ficar em casa lavando louça para minha mãe”, afirma ele. Aos 15 anos, mas com aparência de bem menos, Ramon ainda tem dificuldades no rendimento dos estudos do 6º ano. “Mas, com as artes marciais, sua concentração melhorou, assim como o ânimo de vir para escola”, afirma o diretor, Leandro Giron.
A experiência da escola dirigida por Giron não é a única. Há dois anos, colégios da rede estadual mineira passaram a receber visitas de técnicos destacados pela secretaria para encontrar fórmulas de melhorar o rendimento dos alunos - principalmente em português e matemática. Os resultados começam a ser detectados. Na última edição do Programa de Avaliação de Educação Básica (Proeb), avaliação própria da rede mineira, os alunos alcançaram marcas superiores às que haviam conquistado no ano anterior.
Os resultados mostram que, em 2007, alunos do 5º ano apresentaram média em matemática 4,38% maior do que a de 2006. Em português, a nota foi 2,68% superior. Entre alunos do 9º ano, a melhora foi em matemática. E tímida: 1,87%. Em português, a média alcançada foi 0,91% inferior que em 2006 - o que, para a secretaria, representa uma situação estável. No 3º ano, a melhora foi um pouco maior: 2,84% em matemática e 2,43% em português.
“Há ainda muito a ser feito”, reconhece a secretária da Educação de Minas, Vanessa Guimarães Pinto, que divulga oficialmente os dados hoje. “Mas resultados mostram que, quando o trabalho é feito da forma adequada, alunos respondem bem e rápido”, completa.
“Com base nas notas, destacamos locais considerados prioritários e equipes são enviadas para verificar as razões do baixo desempenho”, afirma Sonia Anderi, subsecretária de Informações e Tecnologias Educacionais. A idéia é provocar assim uma reação em cadeia. Alertadas sobre a classificação de sua área de atuação, superintendências regionais de ensino enviam equipes para as direções das escolas, que, por sua vez, alertam os professores. E esses, por último, passam a cobrar mais empenho dos alunos.
“Antes dessa prática, não tinha a menor idéia do desempenho dos alunos. Levamos um susto ao ver os primeiros resultados”, conta a diretora da Escola Estadual Isaura Ferreira, do município de Conselheiro Lafaiete, Giovana Garcia da Silva. Diante das notas de 2006, um trabalho com a supervisão foi feito para tentar melhorar o ensino. Alunos com maior defasagem receberam aulas extras, dadas por professores no contraturno. Erros mais comuns das provas do Proeb foram trabalhados.
“Além disso, alunos foram levados a médicos, fonoaudiólogos e alguns foram a psicólogos”, afirma Giovana. Os resultados vieram rapidamente. No Proeb de 2007, o 3º ano do ensino médio alcançou a média de 248,8 pontos em matemática e em português, 254. Em 2006, a média de matemática havia sido de 201 e de português, 197. Uma variação de 26%.
Além disso, escolas terão um incentivo a mais para melhorar o desempenho de seus alunos na prova de avaliação. Este ano, será dada uma gratificação de até um salário. A idéia da secretária é dividir o bônus em estratos. Um porcentual mínimo será destinado a todas as escolas. As que se saírem melhor e tiverem uma relação maior aluno-professor receberão um extra. Vanessa descarta o risco de que o método favoreça o inchaço das classes. “Aqui o que acontece é o oposto. Para justificar um número gra
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Jornal O Estado de São Paulo
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