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Lua de Júpiter deu 'cambalhota'


O Estado de São Paulo - 15.05.08

Lua de Júpiter deu 'cambalhota'

Pólos de Europa, um dos satélites do planeta, se deslocaram 80° e foram parar no equador

Carlos Orsi

A superfície congelada de Europa, uma das maiores luas de Júpiter, apresenta ravinas (depressões topográficas) circulares e concêntricas com mais de 1 quilômetro de profundidade e centenas de quilômetros de extensão. Essas marcas, diz artigo publicado na edição desta semana da revista Nature, podem ser resultado de uma grande tensão sofrida pelo gelo no passado, quando os pólos do satélite se deslocaram em quase 80°, indo parar perto do equador.

De acordo com o principal autor do artigo que levanta a hipótese da deriva polar, Paul Schenk, o oceano que supostamente existe sob a carapaça de gelo da lua pode ter atuado como lubrificante, facilitando o deslizamento da camada congelada. A causa do deslocamento polar teria sido um desequilíbrio de massa: o acúmulo de gelo deixou os pólos mais pesados que o equador, e a crosta congelada deslizou sobre o oceano, como uma só peça, para corrigir isso.

'Acreditamos que existe um oceano salgado debaixo do gelo porque os dados de magnetismo da sonda Galileu mostraram que há um condutor de eletricidade sob a superfície', disse Schenk. 'Além disso, a superfície tem várias características geológicas estranhas que indicam a probabilidade de um oceano enterrado.'

Cientistas sabem que Europa tem uma camada externa de água de 100 quilômetros de profundidade, com os 10 ou 20 km superiores congelados. O núcleo do satélite é de rocha, com uma composição semelhante à da Lua. A abundância de água marca Europa como um dos principais candidatos, no Sistema Solar, para a busca de vida fora da Terra.

Quando a Nasa decidiu destruir a sonda Galileu em 2003, arremessando-a na atmosfera de Júpiter 14 anos depois do lançamento, um dos motivos citados foi evitar que a nave, que estava ficando sem combustível para seus foguetes de manobra, perdesse o controle e caísse em Europa, contaminando o ambiente da lua.

'Nosso resultado parece confirmar, ou reforçar, a presença de um oceano', diz Schenk, sobre as perspectivas para a busca de vida.

'A preservação dessas covinhas profundas parece falar a favor de uma crosta sólida mais espessa, mas isso não impedirá uma busca por sinais de vida na água, só tornará mais difícil achá-los, se estiverem lá.'



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Jornal O Estado de São Paulo

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