Projeto resgata jovens de rua |
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Estadão.com - 16.05.08 |
Projeto resgata jovens de rua
No Programa Equilíbrio, eles têm atendimento de saúde e desenvolvem habilidades profissionais
BÁRBARA SOUZA, barbara.souza@grupoestado.com.br
No ateliê, eles aprendem que é possível fazer algo bonito, juntando peças que pareciam inúteis. Cultivando uma horta, descobrem que os resultados aparecem aos poucos, depois que a semente é plantada, regada e cuidada. Com filosofias que unem atenção, cuidados com a saúde, a importância dos estudos e resgate da auto-estima, 190 jovens, que antes viviam na marginalidade, muitos na Cracolândia, estão passando por um processo de recuperação que já devolveu 37 deles para as famílias.
O trabalho faz parte de um projeto de saúde física e mental, desenvolvido pela equipe de psiquiatria do Hospital das Clínicas em parceria com a Coordenação de Subprefeituras. Os jovens são abordados nas ruas, convencidos a procurar atendimento nos Centros de Referência da Criança e do Adolescente (Crecas) e depois vão para o Programa Equilíbrio, criado por decreto em fevereiro do ano passado.
Assim que chegam ao Equilíbrio, que funciona no Clube Municipal Raul Tabajara, os jovens passam por um pediatra, que faz uma avaliação geral e o encaminha a outros especialistas - todo o atendimento é individual, diz a psiquiatra Sandra Scivoletto, coordenadora do programa. O clube é aberto à comunidade - essa também é uma forma de fazer os beneficiados compartilharem experiências com outras pessoas da mesma idade.
Depois de avaliado, o jovem conta com um “gerente”, que constrói com ele um plano de trabalho, de metas, para resgatá-lo. Ali, crianças e adolescentes têm todo atendimento médico, psicológico e psicopedagógico.
“A idéia é estabelecer metas curtas, para que eles sintam sua evolução passo a passo. Paralelamente, vamos buscando a aproximação das famílias”, diz Sandra. Para atraí-los, o grupo elabora atividades e programas mais atraentes que a rua, onde os jovens já estabeleceram vínculos fortes e muitas vezes são dependentes de drogas como cola, tíner e crack.
Uma das propostas é fazer com que as crianças descubram do que gostam. “Temos um menino que quer ser bombeiro. A gente diz: você acha que morando na rua vai conseguir ser bombeiro?”, conta a médica.
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