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Comunidades judaicas no mundo islâmico


Folha Online - 16/05/2008

Criação de Israel deu fim a comunidades judaicas no mundo islâmico

FERNANDO SERPONE
da Folha Online

Após viajar por dez países islâmicos --entre eles Irã, Síria e Egito-- e a outros oito países para registrar como vivem as comunidades judaicas nestas regiões, o brasileiro Michel Gordon, judeu descendente de marroquinos, chegou à conclusão de que a criação do Estado de Israel, em 1948, e as guerras e ditaduras levaram ao fim das comunidades judaicas espalhadas pelo mundo islâmico.

Veja vídeo sobre as viagens de Gordon pelos países islâmicos.

Até a criação de Israel, havia cerca de 1 milhão de judeus vivendo nestes países. Hoje, o número não chega a cem mil, segundo Gordon, que é analista de investimentos, físico, oceanógrafo e repórter fotográfico "apaixonado pelo mundo islâmico".

"Israel é muito bom para os judeus, pela segurança de saber de sua existência, mas, ao mesmo tempo, todas as comunidades judaicas deixaram o mundo árabe. "Foi um capítulo importante da história judaica que se encerrou. Os judeus viveram durante séculos e séculos no mundo islâmico, e isso acabou depois da criação do Estado de Israel, e devido às guerras e às ditaduras", diz.

Segundo ele, são quase 1 milhão de refugiados judeus e seus descendentes, número semelhante ao de refugiados palestinos. "Não dá para todo mundo voltar às suas casas. É um estelionato político", diz o físico sobre a reivindicação palestina pelo retorno dos refugiados palestinos a Israel. "Se [Israel] aceitar os refugiados, acaba o Estado, é uma questão de sobrevivência."

Veja blog com imagens das viagens por países islâmicos.

Tolerância

Michel Gordon/Arquivo Pessoal

Festival Judaico nas ruas de Istambul Turquia; após Israel, judeus deixaram países árabes
No entanto, "o islã não é hostil aos judeus", disse Gordon em entrevista à Folha Online. "Primeiro, é preciso desmistificar o islã. Depois, temos que desmistificar a questão dos judeus e muçulmanos. O problema [no Oriente Médio] é territorial", disse o fotógrafo, cujas viagens deram origem a um livro de fotos ("Um Retrato dos Judeus em Terras Islâmicas", Ed. Maayanot).

Com as viagens, realizadas entre 2001 e 2006, Gordon também concluiu que a tolerância em relação a Israel e aos judeus nos países islâmicos aumenta conforme a distância de Israel. "Quanto mais perto de Israel, maior é o problema", diz Gordon, ao mencionar que Uzbequistão, Cazaquistão e Arzebaijão têm Embaixadas em Israel, assim como Israel tem nesses países.

"No Marrocos e no Uzbequistão, está tudo bem. Na Síria e no Irã, mais ou menos. No Egito, é complicado", diz Gordon.

Irã

Apesar de o presidente iraniano, Mahmud Ahmadinejad, negar o Holocausto e ameaçar "riscar Israel do mapa", o brasileiro -- que esteve no país duas vezes-- disse que os judeus "vivem bem no Irã", já que "estão lá há 5.000 anos, mas não podem ser sionistas.

"No Irã, o sionismo é proibido e passível de prisão", explica o fotógrafo.

Reprodução

O fotógrafo Michel Gordon, que publicou livro com imagens de judeus no mundo islâmico
Segundo Gordon, os cerca de 20 mil judeus que vivem no país --havia cem mil até a Revolução Islâmica de 1979-- estão integrados à sociedade xiita. "Eles se sentem persas, se sentam no chão para comer arroz queimado, como qualquer persa", diz ele. "Mas os judeus têm clubes para jovens onde meninos e meninas se encontram, o que não é permitido entre xiitas."

Apesar da fronteira que divide os dois países, para ir a Israel os judeus iranianos vão ao Chipre ou à Turquia, e não recebem o carimbo de Israel em seus passaportes. "Os judeus lá são um pouco ressabiados", disse Gordon, que visitou o país em 2001 e 2006. "Mas acho que aqui [no Ocidente] também é um pouco assim. Temos um passivo de história recente, de Holocausto, de ameaças".

Para o fotógrafo, quem "odeia Israel no Irã são os líderes atuais". "A população não é contra Israel, ela é solidária ao povo palestino, assim como eu, judeu, sou solidário", acrescenta ele.

Líbano, Síria e Egito

Seg

http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u402419.shtml

Jornal Folha de São Paulo

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