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Bom saldo no Festival da Mantiqueira


O Estado de São Paulo - 03junho08

Bom saldo no Festival da Mantiqueira
Primeira edição promoveu debates animados, com boa lotação de público

Ubiratan Brasil

O batismo foi um sucesso - sob um frio beirando os 12 graus, a primeira edição do Festival da Mantiqueira, realizado em São Francisco Xavier (distrito de São José dos Campos), conseguiu realizar a proposta de promover o diálogo da literatura com o cinema, a televisão e a história, diante de um público atento, que lotou praticamente todas as seis mesas realizadas no sábado e domingo. 'São encontros assim que fazem a literatura continuar muito viva', observou Moacyr Scliar.

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Ele participou da primeira mesa do sábado, ao lado de Marçal Aquino e a cineasta Suzana Amaral, para discutir a importância das letras no cinema. Escritor e 'roteirista acidental', como gosta de se denominar, Aquino foi taxativo ao comparar literatura e cinema: o livro é sempre melhor quando comparado com sua adaptação para a tela grande. 'Concordo com Federico Fellini, que dizia ser uma boa adaptação aquela que não respeitava em nada o original', disse. 'O que deve ser filmado é o que ficou na inconsciência depois da leitura.'

Diretora de filmes como A Hora da Estrela, transposição do último romance de Clarice Lispector, Suzana Amaral disse ser roteirista de todos seus longas e, por conta disso, bebe direta e unicamente na literatura. 'É um importante ponto de partida e minha intenção, ao recriar (não gosto do termo 'adaptar'), é buscar a essência da obra original', disse. 'O livro me é útil até o momento em que sei que posso criar algo a partir dali. Nesse instante, esqueço da história original e passo a trabalhar em uma nova obra.'

Já Scliar, cujo livro Sonhos Tropicais foi levado ao cinema pelo cineasta André Sturm (responsável pelo Festival da Mantiqueira), lembrou que sua geração foi decisivamente influenciada pela linguagem do cinema. 'Basta comparar a literatura criada no século 19 com a do século 20, que é até menor em número de páginas', disse ele, apontando, no entanto, para uma diferença básica entre as duas artes. 'Há um fosso profundo entre imagem e palavra e o comum entre ambos é o diálogo.'

A importância do diálogo, aliás, provocou a principal polêmica do debate. Para Scliar, o diálogo é apenas um recurso para preencher espaço em uma história. 'Quando me deparo com um livro, busco descobrir a quantidade de diálogos que estão ali. Se forem muitos, não acredito que seja um bom livro.'

Contestado pela platéia, especialmente pelo escritor e dramaturgo Mario Prata, que defendeu a importância do diálogo para qualquer obra, especialmente a teatral, Scliar considerou que há honrosas exceções, como o argentino Manuel Puig, o americano Ernest Hemingway e, entre os nacionais, Nelson Rodrigues. 'Eles trabalham o diálogo com maestria.'

Já Fernando Morais, que comandou a primeira mesa do domingo, revelou que a biografia de Paulo Coelho, O Mago (Planeta), lançada neste fim de semana, foi a mais difícil de escrever. 'Engordei 10 quilos, minha barba ficou branca e me tornei hipertenso', disse. Por isso, aguarda ansioso a reação de Coelho, que deve ter recebido um exemplar ('O primeiro que saiu da gráfica, como eu tinha prometido a ele') ontem, na França, onde mora.

Para o próximo projeto, Morais disse estar tentado a retomar a biografia de Antonio Carlos Magalhães, morto no ano passado. 'Venho cevando essa história há 12 anos: gravamos centenas de horas de entrevista e consegui dele uma autorização para ter acesso às 190 pastas de seu arquivo pessoal, tudo já digitalizado.'

Morais conta já ter o título definido, As Sete Mortes de ACM. 'Antes de morrer mesmo, ele teve a carreira política 'enterrada' seis vezes, mas sempre 'ressuscitou'.' O problema está na disputa da família pela sua herança, o que tem impedido o trabalho do biógrafo.

Já o escritor Milton Hatoum contou sua

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O Estado de São Paulo

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