Jovens da Fundação Casa dão show na Bienal |
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Governo do Estado de São Paulo - 19.08.08 |
Jovens da Fundação Casa dão show na Bienal
Terça-feira, 19 de Agosto de 2008 às 09h18
Quem for à Bienal Internacional do Livro de São Paulo, poderá conhecer, até o dia 24, mais do que os últimos lançamentos do mercado editorial. No estande Fundação Casa no Pavilhão da Bienal, no Anhembi, aproximadamente 400 jovens internos apresentam diariamente atividades esportivas e culturais, como música, dança, teatro, skate, xadrez, poesia, bem como exposições de fotografia e pintura e até palestras sobre doenças sexualmente transmissíveis, elaboradas pelos próprios adolescentes. Além de mostrar o que têm aprendido durante o período de internação, os garotos expõem em todas as atividades suas reflexões sobre o cotidiano, ao abordar temas como família, amizade, violência e solidariedade. Algumas atividades acontecem também no espaço Ler é a Minha Praia.
A peça Insensibilidade, apresentada pelos adolescentes da Unidade de Internação (UI) Cerqueira César, por exemplo, aborda os desafios da convivência e a solidariedade. Um homem sente-se mal e cai na rua, mas não é ocorrido, embora muitas pessoas passem por ele e olhem apenas para satisfazer a curiosidade. “Está sendo muito bom para nós, podermos mostrar o nosso trabalho aqui fora. É uma sensação muito boa e está ajudando bastante na nossa vida”, conta V.F.A., 15 anos, um dos atores. Para a agente educacional e diretora do grupo teatral da UI, Marta Vilela, a atividade teatral na Fundação objetiva trabalhar os valores dos adolescentes e abrir-lhes uma nova visão do mundo. O ator Eduardo Carriel, que também atua na peça, diz que o convívio com os internos oferece grandes oportunidades de aprendizado. No encerramento da dramatização, todos cantam: “A lição sabemos de cor, só nos resta aprender...”, trecho da canção Sol de Primavera, de Beto Guedes.
Já na encenação mímica O Bem e o Mal, interpretada pelos rapazes da UI de Franca, um garoto é atormentado pelas sugestões do Mal, um misterioso homem vestido de preto. Até que um dia, ele conhece o Bem e finalmente consegue substituir, no baú do seu passado, as palavras medo, violência e crime por amor, alegria e paz. Na vida real, todos os quatro atores da peça afirmam ter “limpado” seu baú de sentimentos negativos.
J.W.S., da UI de Itapetininga, que cantou músicas de sua autoria, diz que é muito importante poder contar com a colaboração dos funcionários. Ele interpretou suas canções acompanhado ao violão pelo psicólogo da unidade, Fernando Ribeiro, e pelo agente de segurança Salomão Gabriel Sanches. Diz que para compor, pensa na família e nas coisas que hoje consegue entender e que antes não entendia. Ribeiro acredita que mostrar ao público as atividades dos internos é uma maneira de apresentar esses jovens à sociedade de uma maneira mais positiva, livre dos estereótipos pelos quais já chegam marcados à fundação. “Acho importante essa interação entre segurança e interno, facilita o trabalho da gente, você cria um vínculo, evidentemente positivo com eles, que vai nos ajudar a atendê-los em suas necessidades”, completa Sanches.
Antes da apresentação na qual tocaria violão em dupla com um colega, W., 18 anos, se dizia nervoso. Há um ano na UI de Ribeirão Preto, toca violão e diz que aprendeu a técnica lá mesmo. Toca também no Projeto Guri, onde aprendeu percussão. “Sou tímido e estou nervoso por tocar aqui, gosto mesmo é de fazer o ritmo e pôr as letras. Mas vou ter que enfrentar, no final o resultado vai valer a pena.”
Guilherme Astolfi, gerente de Arte e Cultura da Fundação Casa, avalia que as atividades relacionadas à arte e ao esporte são as que produzem resultados mais imediatos entre os internos e cita como exemplo o sucesso do Projeto Guri. “É preciso levar os garotos a descobrir a própria aptidão e dar um choque cultural neles. No esporte, por exemplo, ele percebe que tem o dom quando vê os resultados... é superação.”. Astolfi explica que a Fundação tenta traçar o perfil de cada adolescente, por meio do Plano Individual de Atendimento (PIA), que identifica, por exemplo, em que grau de alfabetização se encontra cad
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