Música deve ocupar vazio do pavilhão da Bienal |
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Folha de S.Paulo - 02.09.08 |
Música deve ocupar vazio do pavilhão da Bienal
SILAS MARTÍ
da Folha de S.Paulo
Além de Fischerspooner, outros grupos musicais completam a série performática que será a marca desta edição da Bienal de São Paulo, na tentativa de encher de som o vazio deixado pelas obras.
A dupla Los Super Elegantes, da mexicana Milena Muzquiz com o argentino Martiniano Lopez-Crozet, fará um show de músicas latinas adaptadas ao kitsch que os garantiu posto no mundo da arte.
Na última semana da mostra, o coletivo assume vivid astro focus, liderado pelo brasileiro Eli Sudbrack, ocupa uma parte do pavilhão com performances musicais e uma grande festa aberta ao público.
Ruídos
Um terceiro grupo, menos performático e mais cerebral, completa esse panorama musical. A dupla O Grivo, dos mineiros Marcos Moreira Marcos e Nelson Soares, terá uma instalação acústica.
Compositores das trilhas sonoras do artista e cineasta Cao Guimarães em cinco longas e uma porção de curtas, a dupla ficou conhecida por moldar com ruídos o que se vê na tela, determinando a duração das seqüências com sinfonias que criam com objetos encontrados em cena e a captação direta do som ambiente.
Esse processo, aliás, começou com um acidente no set de "Otto", curta que Guimarães gravou em 1998. A caminho da linha do trem, onde seria gravado o som de um menino batendo em trilhos com uma barra de ferro, a equipe original caiu de uma ponte e acabou destruindo o microfone, machucando o ator e fazendo o diretor mudar de idéia. Marcos e Soares então viajaram com Guimarães e refizeram o áudio, gravando os sons da estrada.
Agora, O Grivo sai de cena no cinema e banca um projeto solo na Bienal, no que Marcos e Soares consideram uma obra "mais vazia do que cheia".
Seguindo o espírito desta "Bienal do vazio", vão montar caixas de som e máquinas musicais num espaço de 360 m2 dentro do pavilhão. "O negócio até some lá dentro, de tão grande que é o espaço", exagera Marcos.
A instalação terá oito grandes alto-falantes nas bordas, mais 25 deles, um tanto menores, distribuídos no meio, além de umas 50 máquinas de som, no formato de caixas, que completam a sinfonia.
Dentro de cada máquina, um bastão raspa, como faz o arco de um violino, superfícies de amianto, aço, plástico e outros materiais. "Funciona como uma palheta superdelicada", diz Marcos. "É mais timbre do que afinação, com notas musicais muito mais claras."
http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u440404.shtml
Folha de S.Paulo
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