Sala inteligente recria maneira de ensinar |
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Jornal da Tarde - 15.09.08 |
Sala inteligente recria maneira de ensinar
Usada há 10 anos no ITA, a ciberarquitetura facilita a integração entre a
teoria e a prática e melhora a apreensão do conhecimento pelos alunos
MARIA REHDER, maria.rehder@grupoestado.com.br
As “salas inteligentes” dos laboratórios de física do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) já podem ser adotadas desde a alfabetização até o ensino médio. Essa é a conclusão do presidente do Instituto Galileo Galilei para Educação, Cassiano Zeferino de Carvalho Neto.
Após 20 anos de pesquisas sobre a integração de diferentes mídias em um mesmo espaço escolar, o físico vai apresentar o modelo dessas salas, instaladas no ITA há quase dez anos, no Congresso Saber, que começa quarta-feira em São Paulo.
Quando os tradicionais laboratórios do ITA foram substituídos por essas salas, os professores passaram a ensinar física num espaço que também permite fazer experimentos práticos, pesquisar na internet e construir conhecimento por meio de simulações virtuais. Esse é o conceito básico da sala inteligente, que é composta por bancadas para três alunos, com um computador cada, e espaço para fazer experimentos. Mas, segundo o presidente do IGGE, o diferencial é a forma de ensinar nesses espaços. Leia trechos da entrevista.
O que é uma sala inteligente?
É uma sala onde o processo de ensino-aprendizagem não é mais centrado no professor. A arquitetura propicia aos alunos trabalhar em equipe, já que sentam em trios numa espécie de bancada onde dá para usar dispositivos além dos digitais, como os de laboratórios de química e física. O computador também é integrado a esse modelo de ensino porque permite compartilhar conteúdo em tempo real. As três salas inteligentes do ITA não têm lousa digital porque foram criadas há dez anos, mas em novembro a instituição vai inaugurar uma sala inteligente avançada, que vai contar com esse equipamento que permite ao professor pesquisar, criar e salvar conteúdo da internet em tempo real das aulas.
A sala inteligente elimina os atuais laboratórios de ciências e informática das escolas?
Sim, tudo isso passa a ser integrado em um único espaço. Mas cada escola adapta o conceito para a sua realidade. No ano passado implantamos a primeira sala inteligente em uma escola particular de Florianópolis. Para nossa surpresa, o espaço foi usado por alunos de 7 anos. Os educadores fizeram as adequações, criaram um espaço dentro das salas para a realização de atividades que permitem o movimento das crianças.
Hoje é comum as escolas particulares oferecerem a tecnologia em aula. Não há o risco de as salas inteligentes não serem tão inovadoras como eram há dez anos?
A diferença desse processo é que tudo isso é integrado e a maioria das escolas ainda tem tudo separado. Há um laboratório de ciências, outro de informática. O diferencial é a maneira como o professor trabalha na sala inteligente. Nós humanos aprendemos a partir da resolução de problemas, e nas salas tradicionais os alunos não têm a oportunidade de se debruçar sobre os problemas de forma contextualizada, para que possam ir atrás de suas competências.
Quais os resultados do uso das salas inteligentes?
A conclusão média dos 150 alunos do 1º e 2º anos do ITA que pesquisei por um ano e meio, entre 2005 e 2006, é que a apreensão de conteúdo é três vezes maior nesse tipo de espaço de mídia integrado, que chamamos hoje de ciberarquitetura, do que nas salas tradicionais.
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grupoestado.com.br - 15.09.08
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