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USP produz 1ª linhagem de células-tronco


O Estado de São Paulo - 01.10.08

USP produz 1ª linhagem brasileira de células-tronco embrionárias

É o 1.º resultado prático desde a legalização desse tipo de pesquisa, em 2005; uso de embrião ainda gera polêmica

Herton Escobar

Cientistas da Universidade de São Paulo (USP) produziram a primeira linhagem de células-tronco embrionárias humanas do Brasil. As células foram obtidas de embriões que estavam congelados em clínicas de fertilização in vitro e que foram doados para pesquisa com a autorização dos genitores. É o primeiro resultado prático obtido no Brasil desde a legalização das pesquisas com embriões humanos, em 2005, pela Lei de Biossegurança - que foi questionada na Justiça e reconfirmada em maio pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Até agora, mesmo com a autorização legal, como não havia linhagens produzidas no País, pesquisadores brasileiros interessados em trabalhar com células embrionárias humanas eram obrigados a importar linhagens congeladas de laboratórios estrangeiros. "Precisamos ter autonomia. Não podemos ficar dependendo da tecnologia dos outros para sempre", disse ao Estado a geneticista Lygia Pereira, do Instituto de Biociências da USP, que produziu a linhagem em colaboração com a bióloga Ana Maria Fraga.

Cerca de 250 embriões, segundo Lygia, precisaram ser descongelados para chegar a essa primeira linhagem. A pesquisa é polêmica porque, para obter as células, é preciso destruir os embriões congelados, que a Igreja e outros críticos consideram seres humanos.

Os embriões foram doados pelas clínicas Centro de Reprodução Humana Prof. Franco Junior, de Ribeirão Preto, e Fertility, de São Paulo, que também fez a extração inicial das células. Eram todos embriões "sobressalentes", que estavam congelados havia mais de três anos - como exige a lei - e não seriam mais usados para fins reprodutivos, segundo os pesquisadores. Em todos os casos, os casais assinaram um termo de consentimento autorizando a doação.

DIFICULDADES

A maioria dos embriões não resiste ao descongelamento e deteriora-se naturalmente após alguns minutos ou horas - o que ocorreria também se a intenção fosse usá-los para reprodução humana. Dos 250 que foram descongelados, só 30 chegaram ao estágio mais avançado de blastocisto - um embrião de cinco dias e aproximadamente cem células, do qual podem ser extraídas células-tronco (CTEs) pluripotentes, com capacidade para se diferenciar em qualquer tecido do organismo adulto.

Foi um desses blastocistos que deu origem à linhagem batizada de BR-1, que no início da semana já estava com mais de 1 bilhão de células. A paternidade dos embriões é mantida em sigilo pelas clínicas, para proteger a privacidade dos doadores.

Lygia agora continuará a multiplicar as células in vitro, distribuindo amostras para os pesquisadores que quiserem trabalhar com elas. A grande vantagem das células-tronco, além da pluripotência, é que são "imortais": podem ser multiplicadas in vitro indefinidamente, sem perder suas características.

Com isso, Lygia repete pela primeira vez no Brasil o que foi feito dez anos atrás pelo pesquisador James Thomson, da Universidade de Wisconsin-Madison (EUA), que derivou a primeira linhagem celular de embriões humanos em 1998.

"A única vantagem de começar dez anos depois é que já entramos um passo à frente, com a experiência acumulada de vários laboratórios para nos guiar", diz a geneticista da USP, que também produziu a primeira linhagem de células-tronco embrionárias de camundongo, em 1999, e o primeiro camundongo transgênico do País, em 2001.

Desde então, centenas de linhagens de CTEs já foram produzidas em vários países, entre eles alguns europeus, China, Coréia, Israel e Estados Unidos. Mas ninguém sabe ao certo quantas, já que os trabalhos viraram "rotina" e deixaram de ser publicados em revistas internacionais. "Há muitas linhagens por aí, sem dúvida, mas quantas mais, melhor", disse ao Estado o pesquisador William Lensch, do Children?s Hospital de Boston e do Instituto de Células-Tronco de Harvard.

Apesar de haver muitas linhagens de CTEs disponíveis para importaçã

http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20081001/not_imp251227,0.php

O Estado de São Paulo

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