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Ioga: técnicas para ensinar matemática e história


Folha de S.Paulo - 16.10.08

Método usa técnicas de ioga para ensinar matemática e história

IARA BIDERMAN
colaboração para a Folha de S.Paulo

Os alunos da oitava série alinham o corpo, para deixar a coluna ereta. Concentram-se na sensação do ar entrando pela narina esquerda e saindo pela direita. Olhos fechados, visualizam formas geométricas com círculos concêntricos.

Leo Drummond/Agência Nitro

Maria de Lourdes Araújo, da Escola Estadual Margarida Brochado, de Belo Horizonte (MG), usa mandalas para ensinar matemática
Em seguida, com lápis, régua e compasso, reproduzem na cartolina circunferências com diversos raios, que vão se justapondo e criando mandalas. É uma aula de matemática. Ou seria de ioga?

A professora de matemática Maria de Lourdes da Silva Araújo, da Escola Estadual Margarida Brochado, de Belo Horizonte (MG), está seguindo o conteúdo programático da oitava série. Também está aplicando, em sala de aula, os princípios da ioga na educação.

No método, sistematizado pela francesa Micheline Flak, mandalas e técnicas de concentração e visualização são usadas para ajudar os alunos a formar mapas mentais enquanto o professor apresenta novos conteúdos, qualquer que seja a matéria.

"Por exemplo, o professor de história coloca o centro da matéria, digamos, Revolução Francesa. Então as crianças têm de escrever ao redor desse centro todas as coisas pertencentes ao tema de história chamado Revolução Francesa. É uma apresentação do conteúdo de forma não-linear, mas concêntrica, como a mandala", disse Flak, em entrevista por telefone à Folha.

Para chegar a isso, de acordo com a metodologia criada pela francesa, devem ser seguidos seis passos. "As técnicas são usadas na ordem correta e requerem treinamento dos professores, não podem ser improvisadas", afirma Flak.

Os passos são os da ioga tradicional, mas ela diz que, na educação, não é usada a meditação. "É um passo muito importante para quem pratica ioga, mas é algo muito complexo e não concordo em introduzir isso para crianças na sala de aula. No entanto, se o professor, pessoalmente, praticar a meditação, acho que ele se tornará um educador melhor e mais criativo."

Método para sala de aula

A ioga na educação vai além de oferecer a prática milenar como uma atividade extra-classe na própria escola, cujo principal efeito é "baixar a bola" de crianças hiperestimuladas e agitadas. Isso foi só o princípio da idéia, que surgiu no meio de uma aula convencional de língua estrangeira, quando Micheline Flak, doutora em letras americanas pela Sorbonne e professora de inglês de uma escola pública em Paris, percebeu que não conseguiria transmitir o conteúdo do dia para as crianças, que entravam excitadas e dispersivas na sala.

"Era como se elas estivessem saindo de uma banheira de água quente e eu tivesse de botá-las em uma de água fria. Achei que elas precisavam de uma transição, um descanso, para depois começarmos a aula", conta Flak.

Na época, início dos anos 70, Flak já praticava ioga havia algum tempo e aplicou algumas técnicas de relaxamento que conhecia para acalmar a turma. Mas não parou por aí. Durante a fase de relaxamento, começou a passar a lição do dia. Em seguida, pediu às crianças que ficassem de olhos fechados, em silêncio, repetindo mentalmente as sentenças em inglês.

"Então, disse que faria perguntas sobre a aula, para elas responderem também só mentalmente, sem uma palavra. Finalmente, pedi que abrissem os olhos e repeti as perguntas. Elas levantavam a mão [para responder] e fiquei muito feliz em perceber como tinham assimilado todo o conteúdo."

Começava a nascer a metodologia da ioga na educação. A estruturação do método levou, em 1978, à criação da RYE (pesquisas sobre ioga na educação, na sigla em francês), associação hoje presente em 11 países e que começa a ganhar corpo e alma no Brasil.

Um dos coordenadores da RYE Brasil, Diego Arenaza, professor de metodologia de ensino do Centro de Ciências da Educação da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), criou um curso na universidade para ensinar professores d

http://www1.folha.uol.com.br/folha/equilibrio/noticias/ult263u456861.shtml

Folha de S.Paulo

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