Ciência terá 101 novos institutos |
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O Estado de São Paulo - 28.11.08 |
Ciência terá 101 novos institutos
Amazônia foi uma das regiões vitoriosas em edital do CNPq
Herton Escobar
O governo anunciou ontem a criação de 101 Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCTs), que receberão R$ 550 milhões em recursos federais e estaduais para pesquisa nos próximos três anos. Mais de um terço dos projetos (35) será coordenado por instituições paulistas, como adiantou o Estado na terça-feira. A região Sudeste ficará com 62% dos institutos e 52% dos recursos, segundo o edital do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). É o maior programa da história do setor no País.
O Centro-Oeste foi a região com menos institutos aprovados (3), seguido pelo Norte (8). Ainda assim, o resultado foi considerado um sucesso por pesquisadores da Amazônia. No Estado do Amazonas, apenas quatro cientistas tinham condições de participar do edital (bolsistas de nível 1A ou 1B do CNPq). Os quatro enviaram projetos e os quatro foram aprovados - todos do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), em Manaus.
“Estamos muito felizes. É uma demonstração da maturidade da nossa ciência”, disse ao Estado o diretor do Inpa, Adalberto Val. Ele coordenará o INCT para Adaptações da Biota Aquática da Amazônia, que vai pesquisar, no campo e no laboratório, como certas espécies de plantas e animais sobrevivem em ambientes hostis, como as regiões de floresta alagada. “Queremos entender como esses organismos se viram para enfrentar desafios ambientais e, com base nisso, desenvolver novos produtos e processos”, diz Val.
Os outros três projetos do Inpa são sobre biodiversidade, recursos madeireiros e serviços ambientais. Outros quatro projetos da região têm sede no Pará.
RECURSOS
Cada projeto receberá entre R$ 2 milhões e R$ 7 milhões. Os institutos foram concebidos para incentivar a pesquisa de alto nível em temas estratégicos, sem a necessidade de grandes investimentos em infra-estrutura. Cada INCT funcionará como uma rede integrada de laboratórios já existentes, coordenada por um pesquisador sênior em uma instituição-sede.
Os INCTs substituem os Institutos do Milênio, um programa semelhante que acabou produzindo poucos resultados. Uma das razões, segundo o ministro da Ciência e Tecnologia, Sergio Rezende, foi o baixo aporte de dinheiro. “O programa do Milênio nos ensinou várias coisas; uma delas é que é preciso ter mais recursos”, disse Rezende ao Estado. “Caso contrário, em vez de se dedicar à pesquisa, o pesquisador fica correndo atrás de mais dinheiro.”
No último edital, em 2005, os Institutos do Milênio receberam R$ 90 milhões para 34 projetos. No caso dos INCTs, o volume de recursos é seis vezes maior. Ontem mesmo, dia do anúncio em Brasília, o pacote aumentou de R$ 520 milhões para R$ 550 milhões, graças a uma doação adicional do BNDES. Segundo Rezende, à medida que aumentarem os recursos, mais projetos serão aprovados.
Entre os temas que serão pesquisados pelos INCTs estão biocombustíveis, mudanças climáticas, genética, doenças tropicais e toxinas naturais para produção de fármacos.
http://www.estado.com.br/editorias/2008/11/28/ger-1.93.7.20081128.27.1.xml
O Estado de São Paulo
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