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Nova ortografia, novos desafios da l. portuguesa


O Estado de São Paulo - 12.01.09

Nova ortografia, novos desafios da língua portuguesa

Regras do acordo ortográfico, vigente desde o dia 1.º, deveriam simplificar a escrita, mas as exceções são muitas

José Maria Mayrink, enviado especial de O Estado de S. Paulo

> RIO - Em caso de dúvida, consulte-se o pai dos burros, nome dado ao dicionário na linguagem coloquial. Agora escrito sem hifens, conforme a nova ortografia, que aboliu esse diacrítico ou sinal gráfico do pai-dos-burros, assim registrado por Antônio Houaiss, Aurélio Buarque de Hollanda, Caldas Aulete e outros renomados mestres da escrita correta. O acordo ortográfico da língua portuguesa - tratado internacional que foi assinado em 1990 e começou a vigorar no primeiro dia de 2009, com quatro anos de tolerância para ser aplicado - veio alegadamente para simplificar, mas não está sendo fácil entender suas normas. Os critérios de mudança obedecem a razões históricas, culturais e filológicas que só os estudiosos são capazes de interpretar com acerto.


O pai dos burros mais simples será o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, que a Academia Brasileira de Letras (ABL) publicará pela Editora Global (o lançamento está marcado para 2 de março), com cerca de 370 mil palavras - uma em cada linha, só com a classificação gramatical, sem o significado, que se encontra nos dicionários. Preparado pela equipe de lexicógrafos da ABL, com supervisão do professor e acadêmico Evanildo Bechara, a obra terá tiragem inicial de 10 mil exemplares. Além da edição impressa, haverá uma versão que poderá ser consultada pela internet. "Ampliamos a 4ª edição do Vocabulário Ortográfico, publicada em 2004", informa Bechara, mostrando o volume de 840 páginas e 360 mil palavras que serviu de base para a atualização. A primeira edição, lançada após a reforma ortográfica de 1943, tinha 60 mil palavras.

"Os usuários mais interessados do Vocabulário Ortográfico serão universidades, órgãos públicos e departamentos de língua e literatura portuguesas no exterior", prevê Jefferson Alves, diretor da Global. A editora esperava começar a paginação e diagramação amanhã, mas Bechara pediu prazo de mais dez dias para fazer alguns acertos.

A edição brasileira poderá ser utilizada por mais países, pois não se tem notícia de que alguma outra esteja sendo preparada. Como Portugal se deu seis anos para aplicar o acordo, a Academia das Ciências de Lisboa ainda não falou em vocabulário.

Editoras e linguistas trabalham também na adaptação de seus dicionários, enquanto professores e filólogos lançam livros sobre as novas regras. Pioneira nessa iniciativa, a ABL lançou em outubro, pela Companhia Editora Nacional, o Dicionário Escolar da Língua Portuguesa, com uma tiragem de 10 mil exemplares. Ainda disponível nas livrarias, a obra será relançada dia 15, desta vez com 20 mil cópias, para corrigir um erro de interpretação do acordo. Foram grafadas com hífen 21 palavras com o prefixo re antes da letra e - de reeditar a reexaminar - que devem ser escritas sem hífen. A gerente editorial, Célia de Assis, atribui o equívoco ao vaivém das correções.

"Entendemos que, como no caso do prefixo co previsto pelo acordo, também os prefixos re, pre e pro dispensam o hífen, mesmo quando o segundo elemento se inicia por e ou o", disse Bechara. Autor de dois livros sobre a questão - A Nova Ortografia e O que muda com o Novo Acordo Ortográfico - o professor dá uma longa lista de exemplos de exceções à regra geral, segundo a qual se deve usar o hífen quando a vogal do prefixo se repete no segundo elemento, como em micro-ondas.

No caso de encontro de uma vogal com a letra h, elimina-se o h, como na palavra coabitar. Há palavras nas quais a eliminação do h parece estranha. O exemplo mais gritante é o substantivo e adjetivo coerdeiro, que passa a ser escrito dessa maneira, quando antes se grafava co-herdeiro. A mudança é tão estranha que até o Dicionário Escolar da ABL mantém a forma antiga, com hífen, outra falha que terá de ser corrigida na próxima edição. Mais ainda: o próprio texto oficial do acordo ortográfico usa a palavra co

http://www.estadao.com.br/vidae/not_vid305349,0.htm

O Estado de São Paulo

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