> Sistema Documentação
> Memorial da Educação
> Temas Educacionais
> Temas Pedagógicos
> Recursos de Ensino
> Notícias por Temas
> Agenda
> Programa Sala de Leitura
> Publicações Online
> Concursos & Prêmios
> Diário Oficial
> Fundação Mario Covas
Boa tarde
Quarta-Feira , 15 de Maio de 2024
>> Notícias
   
 
Iphan tenta preservar instalações ferroviárias


Portal SESCSP 23.01.09

Iphan tenta preservar antigas instalações ferroviárias de valor cultural

ALBERTO MAWAKDIYE

Estado em que se encontra o mais rico acervo de antigas estações ferroviárias do país, São Paulo poderá, finalmente, dar uma destinação um pouco mais nobre a centenas de paradas do interior que se encontram fechadas ou agonizam em degradante estado de ruína.

O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) já estendeu para São Paulo o programa de levantamento de bens ferroviários que está realizando desde o início do ano passado em outros estados brasileiros, com vistas a verificar o que tem importância cultural e merece ser preservado. Será um trabalho de fôlego, para dizer o mínimo. São Paulo, assim como vários outros estados brasileiros, não sabe dizer sequer de quantas estações e paradas de trem dispõe, quase todas desativadas depois do colapso do transporte ferroviário de passageiros entre os anos 1970 e 80.

Praticamente todos os 645 municípios paulistas são dotados de uma estação. Uma estância turística como Atibaia, por exemplo, com população de apenas 95 mil habitantes, tem três – duas delas na zona rural. Várias outras cidades, como Bauru e São José dos Campos, também têm "duplicatas".

"Por baixo, São Paulo deve ter umas 800 estações espalhadas pelo interior", calcula José Leme Galvão, gerente de Sítios Históricos do Departamento de Patrimônio Material e Fiscalização do Iphan. "Pouquíssimas têm hoje uso operacional, já que elas não faziam parte do pacote da privatização das ferrovias da década de 1990 – só as vias férreas e o material rodante foram licitados. Algumas estão esquecidas a ponto de nem os moradores da própria cidade saberem direito onde ficam."

De acordo com Galvão, é certo que várias já tenham sido demolidas ou estejam em tão mau estado que podem desabar a qualquer momento. De fato, sabe-se que já desapareceram do mapa, por exemplo, estações como a de Pacaembu, no oeste do estado, de 1959, a de São Vicente, no litoral – que fora construída em 1937 num extravagante estilo art nouveau –, e a pequena estação de Luís Pinto, na região de Botucatu, erguida em 1913.

Já dentre as que estão sabidamente em petição de miséria encontram-se verdadeiras preciosidades da história ferroviária paulista, como a estação de Cordeirópolis, uma das mais antigas do estado (a edificação original é de 1876) e que apresenta a rara peculiaridade de ter sido erguida com dois andares. As belas estações de Cachoeira Paulista, São Manuel e Iperó também estão em estado terminal. A última, na região de Sorocaba, foi cruelmente depredada.

A antes importante estação de Araraquara – erguida em 1885, reconstruída em 1912 e que estava igualmente em situação calamitosa – deve escapar desse destino. Fazendo justiça ao fato de ter sido uma das maiores do estado nos tempos áureos da ferrovia, ela está sendo reformada pela prefeitura, que pretende ali instalar um museu ferroviário. "Estamos tocando o projeto em parceria com uma empresa privada", explica Teresa Telarolli, coordenadora de Preservação do Patrimônio Histórico e Cultural do município. As estações de Araras e Pederneiras também conseguiram evitar o desabamento iminente por meio de obras.

Caixas-d’água

A falta de conhecimento sobre o cenário não se limita às estações. O Iphan tampouco sabe qual a quantidade exata, no estado, de casas de chefes de estação, prédios administrativos e equipamentos operacionais e de apoio, como caixas-d’água, igualmente considerados patrimônio ferroviário. Eles também terão de ser arrolados em inventário antes de o Iphan começar o trabalho de avaliação cultural.

De acordo com os técnicos do órgão, essa ausência de dados precisos tem origem na história para lá de tumultuada das ferrovias brasileiras. De fato, desde que as estradas de ferro começaram a ser implantadas no país, na década de 1860, o que nunca faltou foram episódios de fusão, aquisição, divisão e encampação de empresas, uma tradição que não terminaria, diga-se de passagem, nem com a privatização e a transformação da modalidade em transporte

http://www.sescsp.org.br/sesc/revistas_sesc/pb/artigo.cfm?Edicao_Id=329&breadcrumb=1&Artigo_ID=5152&IDCategoria=5910&reftype=1

ALBERTO MAWAKDIYE -

Para mais informações clique em AJUDA no menu.

 





Clique aqui para baixar o Acrobat Reader