terra.com.br - 20.02.09

Conquista de Chávez pode ser tema de prova do vestibular

Vitória conquistada pelo governo Hugo Chávez, na Venezuela, a aprovação da emenda constitucional que permitirá reeleição ilimitada a presidentes, governadores, prefeitos e legisladores nacionais e municipais daquele país pode ser assunto no vestibular.

No último domingo, os venezuelanos aprovaram a mudança com 54,85% dos votos - o que permitirá a Chávez tentar seu terceiro mandato consecutivo em 2012. Para Edir Vieira Filho, professor de História do Curso Pré-Universitário, o fenômeno Chávez deve ser visto como parte do cenário da política latino-americana contemporânea, marcada recentemente pela tomada de poder por parte de figuras de esquerda.

"Esses conceitos, de direita e esquerda, apesar de considerados ultrapassados, continuam sendo usados, na falta de outros mais convincentes. Nos últimos anos, há uma esquerdização na América Latina, como uma reação ao fracasso das políticas neoliberais desastrosas nas décadas de 80 e 90, com agravamento de índices sociais, contradições, privatizações e dependência externa", diz.

O professor cita ainda Evo Morales, presidente da Bolívia, como outro governo que emergiu de movimentos sociais e que, ao chegar ao poder, adotou medidas estatizantes, de presença do Estado na atividade econômica e de programas assistencialistas. "Mesmo que se use o rótulo do populismo, esses movimentos são democráticos", afirma Vieira Filho, que reforça a importância de o candidato dominar o conceito de populismo. "Expressão que encontra, na América Latina - especialmente nos anos 50 e 60 -, uma política nacionalista, de conciliação e de concessão às camadas populares, com medidas assistencialistas e trabalhistas. Dois grandes exemplos são Juan Domingo Péron, na Argentina, e Getúlio Vargas, no Brasil", lembra.

As relações do governo venezuelano com colegas do Equador, da Bolívia e, um pouco mais distante, do Brasil, da Argentina e do Chile, também podem aparecer em questões de história e de geografia, abordando aspectos políticos e econômicos.

Outro ponto destacado pelo historiador é a importância de o candidato se preparar para analisar criticamente textos reproduzidos na imprensa, que podem ser apresentados como base para questões nas provas. "É importante o vestibulando buscar informações diversificadas, e não ler sobre o assunto em apenas uma revista ou jornal", sugere.

Redação Terra

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