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Harry Potter chega às escolas de SP


Jornal da Tarde - 09.03.09

Harry Potter chega às escolas de SP

Fernanda Aranda

A esperança é que a varinha do bruxo Harry Potter, de fato, faça feitiço e aproxime os alunos do mundo da literatura. A partir do próximo semestre, as salas de leitura das escolas estaduais vão contar com best-sellers juvenis para reverter a “goleada” que a televisão e o videogame costumam dar na leitura. A modernização do acervo é uma estratégia da Secretaria de Estado da Educação para melhorar, inclusive, as notas baixas em português repetidas anualmente pelos estudantes da rede.

Serão 4.200 escolas de 5ª a 8ª do Ensino Fundamental e de Ensino Médio que irão receber títulos da série Potter, Crepúsculo, Menina que Roubava Livros entre outros (veja ao lado). Ao todo, o governo vai comprar 2 milhões de exemplares, com estimativa de investimento de R$ 19,3 milhões. Maria Aparecida Ceravolo Magnani, coordenadora do acervo das salas de leitura da Secretaria, ressalta que apesar da novidade, as prateleiras ainda vão contar com as obras clássicas, tradicionais e obrigatórias no vestibular, como Sagarana, de Guimarães Rosa. “Chamamos esses novos livros de iscas. Nem sempre do ponto de vista literário eles podem ser primorosos, mas têm o poder de aproximar o aluno do livro”, aposta.

A tarefa de fisgar novos leitores é uma necessidade já atestada por pesquisas recentes. O Instituto Pró-Livro, em levantamento feito com 5 mil pessoas, mostrou no fim do ano passado que o brasileiro lê, por livre e espontânea vontade, 1,3 livro por ano. Em fase escolar, os estudantes leem 7. No entanto, 5,5 deles são didáticos ou orientados por professores.

A distância da leitura é perpetuada até no nível superior. Enquete feita pelo Centro Integração Empresa e Escola (CIEE), com 1.040 universitários de entidades públicas e privadas de São Paulo, mostrou que um em cada cinco deles não lê absolutamente nada. Uma grande parte dos adeptos da leitura só entrou na turma por causa da Bíblia.

A consequência, ou causa, da não leitura pode ser medida pelos índices educacionais. A última edição do Saresp, avaliação feita pelo Estado, mostrou que apenas 35% dos alunos terminaram a 4ª série com nível considerado adequado em língua portuguesa, o que também contempla a interpretação de texto. “Colocar livros que são mais contemporâneos e conhecidos pode ser uma estratégia para o jovem ter acesso à diversidade de estilos literários, de visão de mundo, o que é fundamental”, opina Ângela Soligo, professora da faculdade de Educação da Unicamp. “Culpamos o jovem por não se interessar pela leitura, mas a oportunidade não é oferecida. A leitura hoje é apresentada de forma equivocada. As histórias que os jovens querem contar não são ouvidas e eles acabam sem interesse em ler o que os outros escrevem”, completa.

Além da renovação do acervo, a Secretaria abre inscrições de hoje até o dia 13 para professores que desejam ser os responsáveis pela leitura em escolas estaduais. Quinhentas e sete escolas passarão a contar com novo espaço e profissional treinado para atendimento aos alunos: um professor que trabalhará 8 horas diárias, garantindo a abertura em tempo integral dos ambientes.

A falta de pessoas capacitadas para atuar nas salas de leitura foi um dos problemas identificados em agosto do ano passado em inspeção feita pelo Conselho Regional de Biblioteconomia (CRB) em 40 escolas estaduais.


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Jornal da Tarde

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