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A educação e o aquecimento global


Jornal da Tarde - 18.03.09

A educação e o aquecimento global

Waverli M. Matarazzo-Neuberger

Se podemos ter certeza de algo nas discussões sobre o aquecimento global é que o mundo está ficando mais quente e que a ação antrópica está diretamente relacionada a isto. Nos últimos 150 anos a temperatura média anual elevou-se 0,8º C, as concentrações de CO2 aumentaram em um terço e as de metano dobraram. Os efeitos deletérios que este panorama enseja são ainda mais graves se considerarmos que desconhecemos muitos dos gatilhos que podem desencadear um aumento de temperatura ainda maior.

É preciso levar em consideração que mesmo um aumento médio considerado suportável como 2º C poderá desencadear outras respostas, provocando reações em cadeia. Isto já está acontecendo. O oceano, o maior sumidouro natural de CO2, diminuiu sua taxa de absorção; o derretimento da camada de “permafrost” das tundras ameaça liberar quantidades de metano estocadas por milhões de anos e o aumento da temperatura do solo faz com que as bactérias liberem mais rapidamente para a atmosfera as 1.600 gigatoneladas de carbono que lá estão estocadas. Muitos alertam que ações efetivas para minimizar este cenário precisam ocorrer nos próximos 7 a 15 anos.

E por que demoramos tanto para agir? No fundo da nossa consciência persiste a ideia de que progredimos e, maravilhados com as descobertas da tecnologia e com uma melhoria na qualidade de vida, resistimos a aceitar estes cenários futuros. Como admitir que nossa ideia de sucesso possa ser a raiz do nosso fracasso, enquanto espécie? Ainda, nossa espécie evoluiu respondendo muito bem a mudanças de curto prazo e pessimamente a mudanças de médio e de longo prazos.

Educar no sentido mais amplo é conduzir de um estado a outro, modificando numa certa direção o que é suscetível de educação. Educar para a sustentabilidade não é somente continuar a acumular conhecimentos. Se só isto bastasse, as mudanças das quais precisamos já estariam ocorrendo. É compreender em profundidade nosso papel neste planeta como coadjuvantes da vida, não como protagonistas. Para isto é preciso reconectar-se com a natureza e abolir a arrogância que considera que o homem pode dispor de tudo o que existe na Terra, sem consequência alguma.

Fazer emergir a capacidade de mudar exigirá que se pratique uma educação diferente, conforme preconizado por David Orr, em que: toda a educação seja ambiental, ou uma educação que não perca de vista que somos parte da natureza; todo conhecimento traga embutido responsabilidade em sua aplicação e todo conhecimento só seja considerado depois de sabermos seus efeitos nas pessoas e nas suas comunidades.

Embora tudo o que está dito acima pareça óbvio e conhecido, aplicar na educação esses princípios pode significar a diferença entre mudar ou seguir passivamente de encontro ao furacão.

COORDENADORA DO NÚCLEO E AGÊNCIA AMBIENTAL E DO CURSO DE GESTÃO AMBIENTAL DA UNIVERSIDADE METODISTA DE SÃO PAULO

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Jornal da Tarde

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