País é tetra em copa de ciência |
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Jornal da Tarde - 24.03.09 |
Professora de Astronomia da USP é a quarta brasileira a ganharconcurso latino
Fernanda Aranda, fernanda.aranda@grupoestado.com.br
Esqueça a figura de cabelos brancos e bagunçados, cara de maluco e avental desajeitado. O rosto do cientista brasileiro é outro. Desde o início do mês, pode ser representado pelo belo par de olhos azuis de Beatriz Barbuy, 59 anos, professora do Instituto de Astronomia e Geofísica da USP. Ela acaba de conquistar o primeiro lugar no concurso latino americano de contribuição feminina à ciência. A vitória trouxe ao País o título de tetracampeão na categoria.
Promovido há 11 anos pela L’Oréal Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura), já são quatro mulheres brasileiras que figuram entre as campeãs.
Além de Beatriz, que brilhou mais forte do que as outras 400 concorrentes com seu estudo sobre as estrelas e o universo na edição de 2009, também fazem parte da seleção feminina da ciência do País a geneticista da USP Mayana Zatz, 61 anos, a bióloga Lucia Previato, 59 anos , da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e a física Belita Koiller, 59 anos e também professora da UFRJ.
Todas foram condecoradas pela dedicação de toda a vida em produções científicas.
Pioneira
A primeira a conquistar o prêmio L’Oréal Unesco foi a pró-reitora de pesquisas da USP, Mayana Zatz, em 2001. Autora de 303 trabalhos científicos, ela decidiu que queria fazer pesquisas ainda menina. Encontrou na genética uma maneira de aliviar o que ela chama de “curiosidade mórbida”.
Direcionou seus estudos, em especial, para encontrar tratamento para doenças classificadas como sem cura.
“O mais importante de receber um prêmio como esse (da L’Oréal Unesco) é servir de motivação para outras mulheres trilharem a carreira científica”, diz Zatz.
A geneticista abriu caminho para uma bióloga. Em 2004, a dedicação por pesquisar a complexidade da doença de Chagas rendeu a premiação a única mulher de quatro filhos, e também única da família a fazer da ciência sua profissão.
Lucia Previato, desde seus 19 anos, não tirou do foco de seus estudos um problema de saúde desencadeado pela picada do inseto barbeiro, que não tem vacina e nem drogas, afeta principalmente moradores da área rural e até pela medicina é chamado de ‘doença negligenciada’.
“O desenvolvimento de um país só vem com a ciência . E a ciência não precisa só de mulheres, precisa é de bons cientistas.”
Terceiro título
O terceiro título brasileiro no concurso latino da ciência veio no ano seguinte (2005). A boa ciência das pesquisas teóricas sobre elétrons e outras micropartículas e a vida prática de Belita Koiller de sempre incentivar jovens estudantes de física a produzirem ensaios científicos foram os combustíveis de mais um reconhecimento internacional das pesquisas das mulheres brasileiras.
Agora, com o último prêmio do início do mês, a ciência brasileira tem o toque feminino de uma geneticista, uma bióloga, uma física e uma astrofísica.
MOTIVAÇÃO
'O mais importante de receber um prêmio como esse é servir de motivação para outras mulheres trilharem a carreira científica”
MAYANA ZATZ
PRÓ-REITORA DE PESQUISAS DA USP
SAIBA MAIS
O Prêmio L’ORÉAL-UNESCO para Mulheres na Ciência acontece todo ano em março - por ser o mês internacional da mulher - e oferece US$ 100 mil a cada vencedora. Reconhece cinco ganhadoras anualmente, uma de cada um dos continentes do mundo, por trabalhos que abordam os desafios da ciência moderna
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