Jornal da Tarde - 02.04.09

Diversão no museu

Dez endereços para ouvir, sentir e interagir com as obras expostas

Adriana Moreira, Camila Anauate, Fernanda Araujo, Mônica Nobrega, Natália Zonta e Wilson Baldini Jr.

Para falar com Santos Dumont em pessoa seria preciso cruzar o céu, claro. Mas, no Espaço Catavento, inaugurado em São Paulo no sábado, este caminho ficou bem mais curto e divertido. Na sala onde está localizado o Monte dos Sábios, um rapel leva os curiosos para ouvir o que o pai da aviação e outros personagens históricos famosos têm a dizer. O museu tem cerca de 250 atrações agrupadas segundo quatro temas: universo, vida, engenho e sociedade.

O Catavento (www.cataventocultural.org.br; entrada a R$ 8), caçula entre os museus interativos da Capital - que tem ainda o do Futebol e o da Língua Portuguesa nessa mesma categoria -, segue uma tendência já adotada por vários outros espaços de conhecimento e lazer pelo mundo. Neles, o visitante não fica limitado a admirar as obras expostas. A ideia é que todos participem de atividades, coloquem a mão na massa e vivam na prática experiências cheias de informação. Além de muito divertidas.

Sim, as crianças costumam ter especial apreço por exposições assim. Nem por isso os acervos interativos são feitos exclusivamente para elas. A mostra que acaba de estrear no Museu de Ciência de Londres (foto 1), por exemplo, usa os personagens Wallace e Gromit, do longa-metragem animado da DreamWorks, para apresentar invenções destinadas a facilitar desde o cotidiano doméstico até o dia-a-dia no trabalho. E ainda ensina a proteger o patrimônio intelectual. Ou seja, interessante também para adultos.

Outro espaço feito sob medida para os mais crescidos, o Music Experience (2), em Londres, propõe um mergulho na trajetória da música inglesa. Estrelas como Beatles, Elton John e Oasis comparecem com canções e histórias em um acervo controlado pelo visitante por meio de telas sensíveis ao toque.

E o que dizer de uma instalação cheia de espelhos e efeitos de computadores onde você pode ver a si mesmo de diferentes formas? A mostra Reflexos, do Exploratorium (4), museu em São Francisco, nos Estados Unidos, considerado referência em interatividade, abre em junho com o objetivo de tornar os visitantes o centro das atenções. Os efeitos criados pelo artista Daniel Rozin permitirão até que duas pessoas unam suas imagens em uma só curiosa figura diante de um espelho.

Essa e outras novidades estão no passeio por dez museus interativos que o Turismo faz nesta edição. Comece a sua viagem aqui mesmo, na Capital, nos diversos espaços e instalações do Catavento (3 e 5).

Você verá simulações de fenômenos físicos e químicos, ouvirá os sons produzidos pela rotação das estrelas e viajará pelo espaço. Poderá ver - e tocar - um meteorito de 4,6 bilhões de anos que caiu na Argentina e estava exposto na França. E, acima de tudo, perceberá que visitar um museu pode ser bem mais que desfilar diante de quadros e esculturas superprotegidos, deslumbrantes, sim, mas um tanto distantes da sua curiosidade. Bom passeio!

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