Museu precisa ter mais que bom acervo |
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Jornal da Tarde - 21.05.09 |
Museu precisa ter mais que bom acervo
Para atrair público, novas e antigas casas apostam na interatividade e entretenimento
Valéria França, valeria.franca@grupoestado.com.br
Oferecer um bom acervo não é mais garantia para um museu manter suas portas abertas. Ele tem de ser bom também em interatividade, entretenimento e conforto, pelo menos se a ideia for alcançar um resultado parecido ao do Museu da Língua Portuguesa, no centro de São Paulo, que diariamente recebe em média 1.500 visitantes, transformando-se num recordista de público no segmento. Essa fórmula tem servido de base para novos projetos, caso do Museu do Futebol, inaugurado no fim do ano passado e segundo lugar em público.
Antigos projetos, agora remodelados, também seguem o mesmo rastro. Ontem, por exemplo, o Instituto Butantan - que nasceu como um centro de pesquisas biomédicas no início do século passado - inaugurou o Centro de Difusão Científica, um anexo com duas salas de exposições, cafeteria, livraria, e um cinema 3D.
Trata-se de um espaço de mil metros quadrados construído num galpão da década de 30. “Será uma extensão dos museus que já existem, ampliando as atividades, que são cada vez mais interativas”, diz Otávio Azevedo Mercadante, diretor do Instituto Butantan. “No museu de biologia as crianças participam de aulas sobre micróbios, vírus e vacinas no pequeno laboratório prático.”
Com uma locomotiva a vapor que leva os visitantes a um passeio e um sistema eletrônico capaz de pesquisar histórias das famílias que chegaram ao Brasil no início do século passado, o Memorial do Imigrante, na Mooca, zona leste, abre amanhã a exposição A Viagem das Palavras: cartas, diários e testemunhos escritos dos emigrantes italianos. São mais de 20 mil documentos, diários e cartas que restituem os efeitos da guerra e da imigração.
Outra novidade nasce no Museu da Imagem e do Som, nos Jardins, zona sul. Depois de passar por um grande processo de modernização, que marcou sua reabertura em 2008, a casa começa a produzir um acervo permanente de arte e tecnologia, que vai usar de muito recurso virtual .
“Além de construção da informação, o museu virou uma fonte de lazer”, diz Lisbeth Rebollo Gonçalves, diretora do Museu de Arte Contemporânea (MAC) da Universidade de São Paulo.
Também começa a tomar forma o projeto da Casa das Retortas - Museu da História de São Paulo, que pretende reunir uma narrativa cronológica das sucessivas transformações da cidade, da sua colonização à atualidade. “A ideia é usar cenários, mapas, acervos, peças autênticas e quadros”, diz o curador Roberto Pompeu de Toledo. “A palavra museu mudou de significado.”
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