Livros digitais e o papel da livraria |
|
|
Jornal da Tarde - 28.05.09 |
Livros digitais e o papel da livraria
Com a provável popularização de livros digitais (seja pelos e-books tradicionais ou os “pockets” do Cronópios), as livrarias se tornarão as atuais - e vazias - lojas de CDs?
Essa é uma pergunta que faz estremecer os livreiros. A não ser que o livreiro em questão seja a Amazon, criadora do dispositivo de leitura (e-reader) Kindle.
“Se Jeff Bezos (presidente da Amazon) aposta nesse mercado, certamente isso significa algo sobre o futuro”, afirma Alexandre Martins Fontes, da rede de mesmo nome. “A edição de livros ainda tem muito a oferecer no mundo digital, pois criar conteúdo depende menos do suporte, mas o papel da livraria será questionado com certeza.”
A opinião de Pipol, do Cronópios, segue a mesma linha, mas com pitadas de otimismo em relação à internet. “Ler num Kindle da vida é certamente mais confortável em determinados casos, como em viagens. Mas nunca se perderá o fetiche do livro. Nem a segmentação.” Pipol se refere a livros de arte e de arquitetura, por exemplo, em que a qualidade de impressão faz toda a diferença.
Se vale a comparação com as transformações dos mercados de músicas e filmes, já há de cara uma barreira para a digitalização e a troca desenfreada de livros pela internet: a tradução. Há comunidades na internet especializadas em legendar filmes, mas traduzir obras literárias é um tanto mais complexo. É nessa lacuna de qualidade que se apoiam os livreiros e editores.
“Creio que, como no mercado de conteúdo na internet, valores como tradição e credibilidade farão diferença”, diz Martins Fontes.
http://txt.jt.com.br/suplementos/info/2009/05/28/info-1.94.5.20090528.17.1.xml
Jornal da Tarde
Para mais informações clique em AJUDA no menu.
|