Acidentes com pipas aumentam 7 vezes |
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Jornal da Tarde - 08.07.09 |
Acidentes com pipas aumentam 7 vezes
FELIPE ODA, felipe.oda@grupoestado.com.br
Durante o mês de julho, férias escolares, o número de ocorrências com pipas, que interferem no abastecimento de energia elétrica, passa de 500 para 3.400 por dia, de acordo com a AES Eletropaulo. De janeiro a junho deste ano, a distribuidora registrou 7.660 interrupções da eletricidade no Estado e 5.304 na capital. Duas pessoas ficaram gravemente feridas ao tentar retirar papagaios da rede de alta tensão.
Segundo o gerente de operação da Eletropaulo, Sérgio Vieira, a maioria dos acidentes ocorre nas regiões periféricas de São Paulo e dos outros 23 municípios atendidos pela empresa. “Em julho, 13% dos problemas na rede elétrica são provocados pelos papagaios e a grande maioria dos acidentes também.” Ele afirma que as ocorrências com pipas são sazonais e também podem ser observadas em janeiro e dezembro. “Época que os estudantes não têm aula e a pipa, na periferia, é uma das únicas opções de lazer.”
Para Vieira, o limite entre a brincadeira e a irresponsabilidade começa quando a pessoa utiliza materiais condutores de eletricidade na confecção do papagaio, como linhas ou rabiolas metálicas, empina o brinquedo em locais impróprios, próximos à rede elétrica, ou passa material cortante na linha. “São situações que facilitam o perigo e estragam a brincadeira. Os acidentes elétricos são gravíssimos e podem deixar sequelas ou até mesmo matar”, diz Vieira.
Nos últimos seis anos, 20 pessoas morreram entre os 114 acidentes contabilizados pela empresa. No mesmo período, a Eletropaulo registrou 110.072 ocorrências com pipas, que comprometeram o abastecimento de energia.
Além dos problemas com a rede elétrica, as linhas das pipas também ameaçam motociclistas. “Não precisa ter cortante na linha para o acidente ser fatal. Qualquer linha pode amputar ou decepar um motoqueiro em alta velocidade”, diz Gilberto Almeida dos Santos, presidente do Sindicato dos Mensageiros Motociclistas, Ciclistas e Mototaxistas do Estado de São Paulo.
De acordo com a Associação Brasileira de Motociclistas, aproximadamente 100 acidentes envolvendo motoqueiros e pipas acontecem no País por ano. “Desses, 25 são fatais e 50 graves”, estima Lucas Pimentel, presidente da instituição.
CUIDADOS
Não solte pipa perto de fios ou antenas para evitar choques elétricos
Não brinque com elas em dias de chuva ou relâmpagos
Não solte pipa em lajes ou telhados, para evitar quedas
Jamais use linhas com cerol ou qualquer outro material cortante
Nunca retire pipas presas em fios de transmissão de eletricidade ou árvores, nem faça pipas com papel laminado, pois o risco de choque e acidente é grande
Procure brincar em locais abertos, como parques, praças ou campos de futebol
Caso a linha quebre, não corra atrás da pipa sem observar se o caminho é seguro, como atravessar ruas e passar por buracos, para evitar acidentes
Tente soltar pipa sem rabiola, como as arraias. Na maioria dos casos, a pipa fica presa em fios por causa da rabiola
Se possível, use luvas ao soltar pipa. Assim, você brinca com mais conforto e não se machuca
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