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Perplexidade diante da chegada do homem à Lua.


g1.com.br - 16.07.09

A importância daquele primeiro passo ainda é difícil de medir

Updike e Mailer refletem perplexidade diante da chegada do homem à Lua.

Preparativos liberaram a imaginação de cineastas e roteiristas de televisão.

A.O. Scott
Do 'New York Times'


No final do primeiro capítulo do livro “Rabbit Redux”, de John Updike, personagem que dá nome ao título, um pessoa comum ficcional da Pensilvânia, cujo nome é Harry Angstrom, sintoniza a televisão, como milhões de cidadãos não ficcionais, para assistir à chegada do homem à Lua.

Sua experiência do evento memorável de 20 de julho de 1969 é curiosamente desconectada. Não fica claro o que está acontecendo. Na televisão de seus pais, ele vê “um homem com silhueta volumosa se interpondo entre sombras e brilhos abstratos”. Algo é dito sobre “passo”, mas ruídos o impedem de entender. Uma vinheta anuncia: HOMEM NA LUA. Porém, o real significado dessas palavras foge ao pobre Rabbit. “Sei que isso aconteceu, mas ainda não sinto nada”, diz ele para sua mãe doente.





Espírito do momento era utópico e apocalíptico

O que ele deveria sentir? Será que isso foi um pequeno passo, ou um passo gigante? Em que direção? Talvez por causa da natureza híbrida da chegada à Lua – um projeto científico e um espetáculo da mídia, uma expressão de idealismo apolítico e um ato de autoafirmação nacional –, esse acontecimento era, ao mesmo tempo, dramático e intrigante. Até mesmo opaco.



Sua dimensão histórica e seu impacto cultural foram difíceis de medir, especialmente no momento e logo após o fato. Nada igual tinha acontecido antes, mas o que exatamente isso significava? O que mudava?

Como quase tudo que ocorreu no verão de 1969, a imagem da Lua parecia, ao mesmo tempo, uma apoteose e um anticlímax. Talvez, até mesmo para americanos com uma imaginação maior que a de Rabbit, o fato não significou muita coisa.

O espírito do momento, como ficou gravado na literatura e em registros culturais, era utópico e apocalíptico – 1969 foi o ano de Woodstock, de "Easy Rider", do assassinato da família Manson –, mas também cansado, nervoso e confuso. Rabbit, assim como os Estados Unidos, emerge dos anos 60, nem arruinado nem transformado, mas cansado e balançado.



Encantamento e desilusão

No entanto, Rabbit não estava só. Norman Mailer se encontrava num estado de espírito similar. Em sua ficção jornalística "Of a Fire on the Moon", ele se autointitula Aquarius, mas a adoção do idioma cósmico da contracultura é mais irônica que entusiástica. Em vez de ficar no limiar da New Age, Mailer, obedientemente reportando sobre o projeto Apollo em terra, se sente indiferente diante de um resultado histórico. À medida que a data de lançamento se aproximava, “Aquarius estava em depressão", escreve Mailer, "que não melhoraria pelo resto do verão. Uma depressão curiosa, cheia de febre, pressentimentos e uma sensação geral de que o século acabou – que ele acabou no verão de 1969”.

Observando a literatura contemporânea e as reações culturais à chegada do homem à Lua, como as obras de Mailer e Updike, encontra-se encantamento acompanhado – e muitas vezes vencido – pela desilusão.

Em "Coming Apart", sua "história informal" dos anos 1960 (publicada em 1971), William O’Neill conclui um capítulo sobre o programa espacial num tom desanimador. Nos relatos de O’Neill, o grande triunfo do projeto Apollo foi, no mínimo, uma vitória de Pirro, a santificação de “um monumento à vaidade de homens públicos e à avareza dos fornecedores. Um bom símbolo da década de 60”.

Talvez. Mas, é claro, houve mais nos anos 60 – e no programa espacial – do que vaidades e espetáculos vazios. Se o significado da chegada à Lua como um evento singular foi difícil para os escritores e seus alter-egos entenderem, talvez tenha sido porque ela foi tão esperada, e realizada de uma forma que a pura realidade simplesmente não correspondia.

Jornada nas Estrelas

A promessa de John F. Kennedy, no começo da década, de colocar um homem na Lua até o fim dela liberou são só as ambições dos forn

http://g1.globo.com/Sites/Especiais/Noticias/0,,MUL1231391-17082,00.html

New York Times

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