20 anos sem muro da vergonha |
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jt.com.br - 09.11.09 |
20 anos sem muro da vergonha
Hoje, réplica de isopor cairá como um dominó, celebrando o aniversário do fim da separação
Lourival Sant’anna
Uma celebração cheia de emoção e de simbolismo marcará hoje os 20 anos da queda do Muro de Berlim. Uma fila de mil réplicas de isopor de partes do muro, com 2,5 metros de altura, cairá como um dominó. As peças foram pintadas por crianças berlinenses e dispostas por 1,5 km entre o Portão de Brandemburgo e a Potsdamer Platz. A primeira peça será empurrada por Lech Walesa, ex-líder do sindicato polonês Solidariedade, e pelo ex-primeiro-ministro húngaro Miklós Németh, que permitiu em 1989 que milhares de alemães orientais fugissem pela Hungria para a Alemanha Ocidental. Para os alemães, o muro não teria caído sem os dois.
Como fez há 20 anos, a recém-reeleita chanceler Angela Merkel, originária da Alemanha Oriental, atravessará de novo a passagem da Rua Bornholmer, a primeira que se abriu naquela noite. “O 9 de novembro de 1989 é o dia mais belo da história recente da Alemanha”, disse Merkel em seu vídeo semanal, publicado no sábado em seu site. “Esse dia mudou a vida de muita gente, e também a minha.” Participarão da festa, orçada em 5 milhões de euros, a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, o primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, e os presidentes da França, Nicolas Sarkozy, e da Rússia, Dmitri Medvedev, além do então dirigente soviético, Mikhail Gorbachev. A prefeitura de Berlim espera ainda o comparecimento de cerca de 100 mil pessoas para a comemoração.
Sarkozy publicou ontem na sua página no site de relacionamentos Facebook uma foto dele arrancando um pedaço do muro. Ele conta que chegou a Berlim Ocidental na manhã do dia 9 e atravessou para o Leste pelo Checkpoint Charlie, a célebre passagem usada por funcionários dos governos aliados. Na época com 34 anos, Sarkozy era deputado pelo partido conservador União pela República (RPR).
A cerimônia começará às 18 horas (15 horas em Brasília), com um concerto ao ar livre da orquestra da Ópera do Estado de Berlim, regida pelo maestro e pianista israelense de origem argentina Daniel Barenboim, que vive em Berlim. Em seguida se apresentam a banda americana Bon Jovi, com a nova canção We weren’t born to follow (“Não nascemos para seguir”), e o DJ Paul van Dyk, também originário da Alemanha Oriental, que compôs uma música para o evento.
Os políticos farão discursos e os dominós serão derrubados em meio a uma grande queima de fogos de artifício. Além disso, milhares de pessoas deverão formar uma corrente ao longo do antigo traçado do muro, que foi completamente demolido.
NÚMEROS
5 mil
tentativas de travessia
De cidadãos orientais para o lado ocidental foram registradas
125
mortes confirmadas
Número durante o período em que o muro permaneceu em pé
MOMENTOS
13/08/1961
A Alemanha Oriental (RDA) começa a construir o muro. No dia seguinte, 65 mil pessoas (12 mil ocidentais e 53 mil orientais) não conseguem atravessar o bloqueio e chegar a seus empregos
24/08/1961
Günther Liftin (24) é o 1º morto ao tentar ultrapassar a barreira
09/11/1989
A RDA autoriza a travessia. A população toma as ruas e escala o muro, já com pedaços arrancados
03/10/1990
Depois de 45 anos, a Alemanha volta a ser um único país
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Jornal da Tarde
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