A importante questão dos balões |
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Jornal da Tarde - 23.11.09 |
A importante questão dos balões
Luiz Carlos de Miranda Jr.
Há mais coisas entre o céu e a terra, do que descargas atmosféricas, preocupando bombeiros, equipes de segurança, brigadas de incêndios e técnicos de linhas de transmissão de alta-tensão. São os balões de ar quente não tripulados que, embora tornem a paisagem mais colorida, acabam provocando medo e apreensão pelo alto grau de risco de incêndios. Estatisticamente, de cada três balões, dois caem acesos, muitas vezes em galpões de indústrias, matas fechadas, entorno de aeroportos, linhas e redes elétricas e refinarias. Em outubro, há evidência de que um balão de grande porte tenha provocado incêndio que atingiu parte do Bourbon Shopping na capital paulista.
O problema dos balões e os riscos que essa brincadeira provoca não são recentes. Tanto é que a legislação é clara em relação a essa atividade. Soltar balões é crime ambiental, pois a atitude oferece muitos riscos à população. Fabricar, vender, transportar ou soltar balões, que possam provocar incêndios nas florestas e demais formas de vegetação, em áreas urbanas ou qualquer tipo de assentamento humano, pode acarretar pena de detenção de um a três anos e multa.
Neste final de período seco do ano, não é raro avistar balões que atingem mais de 30 metros de altura, adornados por fogos de artifício e bandeiras, varando cidades e fadados a caírem Deus lá sabe onde. Imagens recentes de tevê revelaram que esses brinquedos estão provocando caos nos entornos de aeroportos e uma onda de preocupação em profissionais responsáveis por instalações industriais inflamáveis, como refinarias de petróleo, ou por áreas de preservação ambiental.
No setor elétrico a situação não é menos preocupante. Ao caírem, por exemplo, próximos a linhas de alta-tensão, subestações ou equipamentos da rede elétrica, podem provocar explosões e incêndios, interrompendo o fornecimento de energia elétrica para milhões de pessoas. Os prejuízos são agravados quando são desligados hospitais, escolas, creches, grandes indústrias, presídios, frigoríficos e outras instalações que requerem eletricidade ininterruptamente.
A sociedade precisa ficar ciente de que a brincadeira de poucos pode se transformar em tragédia para muitos. Os exemplos se acumulam dia a dia. Essa é a questão central do problema que envolve não apenas segurança individual, mas também compromissos com toda a sociedade. O alerta envolve polícia, bombeiros, defesa civil, prefeituras, mas, principalmente, os baloeiros. Sem a conscientização dos riscos dessa prática, nada mudará. Sem sombra de dúvidas, a alegria de poucos não pode conflitar com a segurança, o conforto e a qualidade de vida da grande maioria da população.
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Jornal da Tarde
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