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Drogas e estilo de vida favorecem infarto precoce


Folha Online - 22.12.09

Drogas e estilo de vida ruim favorecem infarto precoce


JULLIANE SILVEIRA
da Folha de S.Paulo

Cardiologistas atribuem o aumento no número de jovens infartados, observado nos últimos anos, à má qualidade de vida nessa faixa etária, ao uso mais frequente de drogas, principalmente de cocaína, e à precisão do diagnóstico.

"A literatura já diz isso e observamos na prática. Está relacionado aos fatores de risco como um todo, que têm a ver com vida moderna, estresse, sedentarismo, obesidade, diabetes, tabagismo", afirma o cardiologista César Jardim, supervisor do Pronto-Socorro do HCor (Hospital do Coração).

"O abuso de drogas leva a maiores complicações cardíacas mais precocemente", completa o cardiologista Edson Stefanini, da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo). A cocaína favorece a formação de coágulos (que podem bloquear a passagem de sangue para o coração), leva à contração das artérias e acelera o processo de aterosclerose.

Geralmente o infarto em alguém com menos de 40 anos vem acompanhado de fatores de risco, dizem os especialistas. A atriz americana Brittany Murphy morreu no domingo de infarto fulminante aos 32 anos. De acordo com agências internacionais, a atriz era viciada em analgésicos. Suspeita-se que o uso abusivo de hidrocodona, um tipo de opioide, com paracetamol poderia ter causado a parada cardíaca.

Segundo o psiquiatra Marcelo Niel, pesquisador da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), a hidrocodona não é comercializada no Brasil, mas há outros opioides disponíveis no país, como a codeína, a dolantina e o cloridrato de tramadol, com efeitos semelhantes. "São drogas de uso controlado, mas podem ser encontradas no "mercado negro". Como têm efeito depressor do sistema nervoso, o uso abusivo pode levar a uma parada respiratória seguida por parada cardíaca. A pressão sanguínea cai, há redução no número de batimentos, não chega sangue o suficiente ao coração e ele para", diz.

O infarto ocorre quando há redução do fluxo sanguíneo nas coronárias (artérias que irrigam o coração) por causa de um bloqueio nesses vasos. Parte do músculo cardíaco pode sofrer necrose por falta de oxigênio.


Mais fatal

Para Ari Timerman, presidente da Socesp (Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo), infartos costumam ser mais fatais em jovens por características do sistema cardiovascular. "Idosos com doenças nas coronárias vão desenvolvendo uma circulação colateral [mais vasos periféricos] para suprir a irrigação sanguínea na região do coração", explica. Assim, caso haja a obstrução de uma artéria, os outros vasos sanguíneos podem manter a oxigenação do coração.

"Outros dados podem justificar a questão. Há casos de infarto mais agressivo e fulminante em jovens primeiro porque eles não imaginam que estão tendo um infarto, então demoram mais para ter o diagnóstico, porque levam mais tempo para procurar auxílio", acrescenta César Jardim.

Pelo mesmo motivo, as mulheres morrem de infarto com mais frequência, ainda que os homens infartem três vezes mais. "Por ela achar que essa situação ocorre mais em homens, acaba postergando o diagnóstico", diz Jardim.

http://www1.folha.uol.com.br/folha/equilibrio/noticias/ult263u669971.shtml

Folha de São Paulo

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