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Estudar no meio da floresta


jt.com.br - 26.01.10

Estudar no meio da floresta

COM A MAIOR BIODIVERSIDADE DO PLANETA E UM
POTENCIAL PARA PESQUISA INEXPLORADO, A AMAZÔNIA
É UM CAMPO MAGNÉTICO PARA JOVENS PESQUISADORES

Carolina Stanisci, ESPECIAL PARA O ESTADO

Passar longas horas em barcos, levar incontáveis picadas de insetos e correr o risco de encontrar uma onça no meio do caminho são rotina para os pesquisadores na Amazônia. Na região com a maior biodiversidade do planeta, o potencial inexplorado para estudos serve de estímulo para jovens de todo o País.

Espalhados por poucas instituições, os estudantes, em especial da área de Biológicas, se fascinam com o ambiente. “Desde que cheguei tive certeza de que não iria voltar ao Sudeste”, conta João Victor Rodrigues, de 25 anos. Nascido em Itaperuna, interior do Rio, ele queria migrar para o Norte desde a graduação. Em agosto de 2006, mês seguinte à sua formatura em Biologia na Universidade Estadual do Norte Fluminense, em Campos (RJ), mudou para Manaus.

“Não tinha nem vaga para mestrado. Fiquei fazendo um estágio com meu futuro orientador no Inpa (Instituto Nacional de Pesquisas na Amazônia). Abriu a vaga, passei”, lembra.

Hoje, Rodrigues cursa doutorado em Ciências de Florestas Tropicais. Parece incrível, mas há apenas uma outra pós-graduação em botânica reconhecida pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) na região Norte, que é uma parceira da Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra) com o Museu Paraense Emilio Goeldi, em Belém.

A carência de programas e cursos de pós no Norte é gritante. Apenas 174 cursos de 13 instituições são recomendados pela Capes. O número é quase 15 vezes menor que no Sudeste, onde 2.285 cursos são tidos como de qualidade satisfatória pela agência de fomento à pesquisa.

“O governo tem implantado políticas específicas para diminuir desigualdades regionais, mas o processo é lento”, justifica José Oswaldo Siqueira, diretor de programas do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

Uma dessas iniciativas governamentais foi a criação da Universidade Federal da Integração Amazônica (Uniam), a partir da fusão dos câmpus da Federal do Pará e da Ufra, em Santarém (PA). Além de absorver cursos já existentes, como o de Direito, a Uniam terá novidades na graduação, como Ciências da Terra, e na pós, como Botânica Econômica, espalhados por cinco institutos temáticos.

“A ideia da Uniam é promover uma forte integração amazônica”, diz o reitor em exercício da universidade, José Seixas Lourenço. Enquanto isso não acontece, a falta de um ambiente acadêmico estruturado na região não é obstáculo para pesquisadores como Rodrigues, que estuda no doutorado a vegetação de campina, típica da região. “Investigo a capacidade dessa vegetação diante das mudanças climáticas”, explica o biólogo, que já foi à Serra do Cachimbo, no Pará, e prepara visitas a dois parques, o Nacional do Viruá (RR), e o Estadual da Serra do Aracá (AM).

Nas viagens, Rodrigues carrega equipamentos pesados, como um medidor de trocas gasosas e outro de fluorescência da clorofila, que avalia se as plantas estão estressadas por excesso de luminosidade.

“Sabemos que a logística aqui é complicada. É caro fazer excursões. Mas para quem está começando os estudos é interessante. Podemos desenvolver linhas de pesquisa ainda incipientes”, diz o biólogo, que no mestrado contou com uma bolsa da Capes e, no doutorado, do CNPq.

A boa notícia é que as agências de fomento à pesquisa registraram um aumento do número de bolsas na região Norte. Entre 2004 e 2008, o número de bolsas do CNPq para mestrado e doutorado subiu de 249 para 591. Na Capes, no mesmo período e modalidades, o número quase dobrou: de 865 para 1.694.

DA REGIÃO

“Chegamos à conclusão de que a maior chance de (o pesquisador) ficar lá é já sendo da região”, diz Jorge Guimarães, presidente da Capes. Lorena Loureiro Coelho, de 27 anos, nascida em Santarém (PA), é um bom exemplo da tese de Guimarães. Ela estuda no mestrado do Inpa o Anopheles, gênero do mosquito transmissor da malária, no ento

http://txt.jt.com.br/editorias/2010/01/26/ger-1.94.4.20100126.28.1.xml

O Estado de São Paulo

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