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Terça-Feira , 23 de Abril de 2024
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Estudo: o corpo incorpora abstrações fisicamente


uol.com.br - 08.02.10

Corpo interpreta pensamento abstrato de forma literal, mostra estudo

NATALIE ANGIER
do New York Times

A teoria da relatividade nos mostrou que o tempo e o espaço estão interligados - ao que nosso cérebro sabichão poderia bem responder: "Diga algo que eu não sei, Einstein".

Pesquisadores da Universidade de Aberdeen descobriram que quando pessoas foram solicitadas a participar de uma pequena viagem mental no tempo e relembrar eventos passados ou imaginar acontecimentos futuros, o corpo dos participantes interpretava as metáforas embutidas em como nós normalmente conceitualizamos o fluxo do tempo.

Enquanto pensavam nos anos passados, os participantes se inclinavam levemente para trás; quando fantasiavam sobre o futuro, eles se inclinavam para frente. Esses desvios não eram tipo a Torre de Pisa, mas correspondiam a 2 ou 3 milímetros para uma direção ou outra. No entanto, a direção era clara e consistente.

"Quando falamos sobre o tempo, muitas vezes usamos metáforas espaciais, como 'Espero o momento de poder te ver', ou 'Estou refletindo sobre o passado'", disse Lynden K. Miles, que conduziu o estudo com seus colegas Louise K. Nind e C. Neil Macrae. "Foi gratificante para nós tomar um conceito abstrato como o tempo e mostrar que ele foi manifestado em movimentos corporais."

O novo estudo, publicado em janeiro no jornal "Psychological Science", faz parte de um campo imensamente popular chamado cognição incorporada, a ideia de que o cérebro não é a única parte do nosso corpo com uma mente própria.

"A forma como processamos informação está relacionada não apenas aos nossos cérebros, mas ao nosso corpo inteiro", disse Nils B. Jostmann, da Universidade de Amsterdã. "Usamos todos os sistemas disponíveis para chegar a uma conclusão e compreender o que está acontecendo".

Frio e calor

Pesquisas sobre cognição incorporada revelaram que o corpo leva a linguagem ao coração e pode ser terrivelmente literal.

Dizemos que uma pessoa é calorosa e adorável, o oposto de fria e distante, não é? Num estudo recente de Yale, pesquisadores dividiram 41 estudantes universitários em dois grupos e casualmente pediram que os membros do Grupo A segurassem uma xícara de café quente, enquanto os do Grupo B seguravam café gelado. Os estudantes foram então levados a uma sala de testes e solicitados a avaliar a personalidade de um individuo imaginário com base em algumas informações.

Estudantes que tinham segurado a bebida quente tiveram muito mais probabilidade de julgar o personagem fictício como caloroso e amigável do que os que tinham segurado o café gelado.

Ou talvez você já tenha sentido o vento frio da exclusão social. Quando pesquisadores da Universidade de Toronto instruíram um grupo de 65 estudantes a se lembrar de um momento em que se sentiram socialmente aceitos ou socialmente desprezados, os que tiveram memórias de rejeição disseram que a temperatura da sala estava 2,8ºC, em média, mais fria do que os que tinham sido embalados por pensamentos calorosos envolvendo a aprovação dos colegas.

O corpo incorpora abstrações da melhor forma que conhece: fisicamente. A baixeza moral, um lapso ético, nada mais é do que uma mancha no caráter de um indivíduo. Um momento para os Lencinhos de Limpeza Lady Macbeth. Um estudo mostrou que os participantes solicitados a refletir sobre uma transgressão moral pessoal, como adultério ou colar numa prova, tiveram maior tendência a pedir um lenço anti-séptico do que os participantes instruídos a relembrar boas ações que fizeram.

Quando confrontado com uma palavra ou expressão de duplo sentido, uma bifurcação verbal na estrada, o corpo considera o conselho de Yogi Berra. Num relatório publicado no último mês de agosto no "Psychological Science", Jostmann e seus colegas Daniel Lakens e Thomas W. Schubert exploraram o nível no qual o corpo combina peso e importância. Eles descobriram, por exemplo, que quando estudantes ouviam que determinado livro era vital para o currículo, eles achavam que o livro era fisicamente mais pesado.

http://www1.folha.uol.com.br/folha/equilibrio/noticias/ult263u690856.shtml

New York Times

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