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Por que você envia um texto por e-mail


jt.com.br - 25.02.10

Por que você envia um texto por e-mail

Estudo revela que matérias mais mandadas são as que transformam a visão de mundo do leitor

JOHN TIERNEY

THE NEW YORK TIMES
Há tempos que sociólogos teorizam sobre quem conta o quê para quem, sobre como as notícias viajam pelas redes sociais. Mas até hoje eles não tinham descoberto que tipo de informação se espalha mais rapidamente. Pessoas espalham mais notícias boas ou ruins? Preferem escandalizar ou iluminar?

Agora algumas respostas estão surgindo, graças a uma rica fonte de informação: você, querido leitor.

Pesquisadores da Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, estudaram os textos mais enviados por e-mail do New York Times. Eles conferiram a lista a cada 15 minutos, de agosto de 2008 a fevereiro de 2009. Foram 7.500 textos.

Os resultados surpreendem. Eu apostaria em duas estratégias para fazer você enviar um texto meu por e-mail. Uma, que venho fazendo com frequencia, é escrever qualquer coisa sobre sexo. A outra, que ainda estou apurando antes de por em prática, é escrever um artigo com o seguinte título: “Como a dieta de seu animal de estimação afeta seu casamento e porque isso é culpa do Bush”.

Mas a pesquisa de Jonah Berger e Katherine A. Milkman mostra que leitores são menos óbvios. Preferem textos positivos, longos e com assuntos cabeça. E, mais do que tudo, querem dividir textos que causem espanto, emoção que os pesquisadores olharam de perto ao notar a grande quantidade de matérias de ciência entre as mais enviadas.

“Prevíamos que artigos com informações práticas sobre saúde ou gadgets estariam na lista, mas há textos sobre paleontologia, cosmologia e até sobre o sistema ótico da visão de antílopes”, diz Berger, surpreso.

Matérias curiosas, como um sobre galinhas criadas na rua em NY, também fazem sucesso. Mas eles continuaram encontrando textos com um traço além da surpresa. “Se eu entrar na sala de aula vestido de pirata, será surpreendente, mas não será causará espanto”, diz Berger. “Um artigo sobre melancias quadradas é surpreendente, mas não inspira o sentimento de que o mundo é enorme e eu sou pequeno.”

Os pesquisadores definem essa qualidade como sendo uma “emoção de transcendência, um sentimento de admiração e de elevação diante daquilo que é muito maior do que o eu”.

Eles usaram dois critérios para definir histórias assim: elas são grandes e forçam o leitor a ver o mundo de outra forma. “Elas envolvem a abertura da mente”, dizem Berger e Milkman. “O Grand Canyon, uma obra de arte, uma sinfonia, uma teoria, essas coisas são espantosas. Assim como a revelação de algo profundo em algo que você via como ordinário.”

A motivação para enviar textos espantosos não é óbvia. Mandar receitas ou dicas médicas é justificado pela clássica teoria econômica da utilidade: eu dou algo de valor prático na esperança de ser retribuído com algo semelhante. O mesmo vale para textos surpreendentes. Com eles, mostro como sou bem informado. Mas porque enviar algo sobre mecânica quântica? Em alguns casos, pode ser para se exibir, particularmente se o artigo for acompanhado com um comentário esnobe, como: “Talvez isso entretenha, mesmo que seja superficial”.

Mas, em geral, nesse caso, as pessoas querem algo mais do que impressionar. “Elas estão em busca de comunhão emocional”, diz Berger. “Se eu leio uma história que me transforma, quero falar com outros sobre isso. Se você ler o texto e sentir mesma coisa, ficaremos mais próximos.” De todas as variáveis estudadas, essa foi a relação mais forte para um texto ser enviado. E isso me faz querer elogiar você.

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The New York Times

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