estadão.com.br - 05.03.10

Descoberto o mais antigo parente dos dinossauros

Ele tinha tamanho de um cão e é tão próximo dos dinossauros quanto os chimpanzés do homem


Um grupo de paleontólogos americanos fez uma descoberta histórica: um ancestral dos dinossauros que habitou a Terra 10 milhões de anos antes do mais antigo dos répteis gigantes.

O Asilisaurus kongwe, uma criatura quadrúpede do tamanho de um cachorro – que é tão próxima do dinossauro quanto os chimpanzés são do homem – , foi descoberto na Tanzânia, leste da África.

O resultado dos estudos a respeito desses antepassados dos dinossauros que datam de 245 milhões de anos atrás foi publicado na última edição da revista científica britânica Nature.

“Essa nova evidência sugere que (os dinossauros) foram realmente apenas um dos diversos grandes e distintos grupos de animais que explodiram em diversidade durante o período Triássico”, afirmou Sterling Nesbitt, cientista da Universidade do Texas e líder da pesquisa.

Parente

Randall Irmis, membro do Museu de História Natural de Utah, nos Estados Unidos, que também participou do estudo, disse em entrevista à emissora BBC News, da Grã-Bretanha, que essa criatura era “o parente mais próximo dos dinossauros”.

“A descoberta desses animais também poderá nos ajudar a conhecer o hábitat local na época em que eles viviam”, disse Irmis.

O pesquisador revelou também que o animal não era o que os paleontólogos esperavam.

“Tratava-se de uma pequena e estranha criatura. Nós sempre pensamos que os mais antigos parentes (dos dinossauros) fossem animais pequenos, bípedes, e carnívoros. Esses animais andavam sobre quatro patas e tinham bicos e dentes de herbívoros”, explicou o cientista.

Ossada

Os paleontólogos encontraram fósseis de pelo menos 14 ossadas do Asilisaurus kongwe no sul da Tanzânia, o que possibilitou a reconstituição quase completa de um esqueleto do animal.

Esses exemplares tinham entre 45 e 90 centímetros de altura, de 0,9 a 3 metros de comprimento e pesavam de 10 a 30 quilos.

Os estudos sobre o espécime indicam ainda que esses primos dos dinossauros entraram em extinção 45 milhões de anos depois do seu surgimento.

Os dinossauros, porém, foram mais bem sucedidos, pois habitaram o planeta por 165 milhões de anos.

O paleontologista do Museu de História Natural de Londres, Paul Barrett, explicou que essa criatura “foi como um experimento malsucedido de como criar um dinossauro”.

Segundo ele, a descoberta também proporciona aos cientistas uma importante informação sobre a evolução dos dinossauros.

“Essas criaturas compartilharam muitas características com os dinossauros”, disse. “Eles nos mostram um estágio intermediário entre os répteis mais primitivos e os dinossauros mais específicos”, complementou.

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O Estado de São Paulo

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