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Como Melanie Klein iniciou-se na psicanálise


www.folha.uol.com.br - 23.04.10

Melanie Klein iniciou-se na psicanálise para curar sua própria depressão


da Folha Online


Uma das autoras que mais contribuíram para a compreensão do funcionamento psíquico inconsciente depois de Freud, Melanie Klein teve seu primeiro contato com a psicanálise como forma de tratamento para a própria depressão. Com vários problemas na família, como a morte de dois de seus irmãos, da mãe, dificuldades para criar os filhos e no casamento, ela começou sua primeira análise com um discípulo de Freud, o húngaro Sándor Ferenczi.

No primeiro capítulo do livro "Folha Explica - Melanie Klein", da Publifolha, os psicanalistas Luís Claudio Figueiredo e Elisa Maria de Ulhôa Cintra traçam uma pequena biografia de introdução à autora, essencial para a compreensão de sua produção científica. Os autores relatam como se deu essa aproximação com a psicanálise e como Melanie passou, então, a experimentar em seu filho caçula (o primeiro "paciente") as teorias psicanalíticas.

O livro explica como, através de seu trabalho de análise com crianças e sem formação acadêmica, Melanie Klein elaborou teorias ousadas que também seriam utilizadas no tratamento psicanalítico de adultos. Um desses conceitos diz respeito ao caráter infantil --insaciável e desamparado-- de todo desejo humano: uma demanda grandiosa de amor, destinada ao desespero e à angústia.

Também no primeiro capítulo, que pode ser lido na íntegra abaixo, os autores mostram o período de rápida ascensão na Sociedade Psicanalítica Britânica, quando começou a se firmar o personagem em torno da autora e suas teorias inovadoras entraram em choque com o método de Freud e sua filha Anna, desencadeando uma polarização inédita até então.

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MELANIE KLEIN: PESSOA, PERSONAGEM E CONTEXTOS

Melanie Klein nasceu Melanie Reizes, nome de família de seu pai. Adotou o Klein só aos 21 anos, após o casamento com Arthur Klein. Ela veio ao mundo em Viena, no dia 30 de março de 1882, em uma família de origem hebraica bastante humilde, embora dotada de certo nível cultural. Era a quarta e última filha do casal Moriz (médico e dentista) e Libussa (dona de casa e proprietária de um pequeno comércio). Dois de seus irmãos, aos quais era especialmente ligada, morreram precocemente: sua irmã Sidonie, aos sete anos, quando Melanie contava apenas quatro, e seu querido irmão Emanuel, quando ela chegava aos vinte. Os temas da perda e da melancolia insinuaram-se bem cedo em sua existência e marcariam profundamente seu pensamento teórico. Mais adiante, a morte acidental de seu filho veio, ao que tudo indica, dar um impulso e uma direção ainda mais importantes em suas teorizações.

Tudo indica que Melanie Klein sofreu muito com as mortes de seus irmãos, especialmente Emanuel, que foi para ela uma espécie de mentor intelectual. Pouco tempo depois desta perda, ela se casaria com um dos amigos do irmão, o engenheiro químico Arthur Klein, de quem estava noiva desde os 17 anos. Ao lado de Emanuel, ou por seu intermédio, Melanie entrara em contato com o riquíssimo mundo cultural, artístico e filosófico da Viena da virada de século; e desde os 14 anos acalentara o sonho de se tornar médica.

Tudo isso foi impedido pelo casamento e nascimento de seus três filhos: Mellita, em 1904, Hans, em 1907, e Erich, em 1914, quando seu casamento já ia mal e Melanie Klein começava a buscar novos horizontes. No entanto, nunca cursou uma universidade: é a única dos grandes criadores da psicanálise que jamais teve uma vida acadêmica de base. Nem médica, como a maioria, nem psicóloga nem socióloga, antropóloga ou lingüista (como foram alguns analistas de renome no seu tempo), ela foi sempre uma pesquisadora autodidata - talvez por isso mesmo absolutamente original, embora um tanto inepta na comunicação escrita de suas idéias.

Após o casamento, o casal Klein deixa Viena e reside em diversas cidades do Império Austro-Húngaro, até chegar a Budapeste, na Hungria, em 1910. Durante esses primeiros anos, Melanie Klein teve dificuldades de cuidar de seus dois primeiros filhos e entrou em estados de profundo desâ

http://www1.folha.uol.com.br/folha/equilibrio/noticias/ult263u446920.shtml

Jornal Folha de São Paulo

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