Videogame que ensina física |
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www.envolverde.com.br - 12.05.10 |
Videogame que ensina física
Por Fábio Reynol, para a Agência Fapesp
Agência FAPESP – Uma espaçonave de tamanho subatômico tem a missão de capturar partículas, identificá-las e com elas montar estruturas atômicas em outro planeta. Essa é parte da missão do Sprace Game , um jogo de computador projetado por físicos do Centro Regional de Análise de São Paulo (Sprace) da Universidade Estadual Paulista (Unesp) com o objetivo de transmitir conceitos de física de partículas para o público leigo.
O desenvolvimento do videogame foi financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e é patrocinado pelo Sprace, centro financiado pela FAPESP e que é ligado ao Instituto de Física Teórica (IFT) do campus da Unesp da Barra Funda, na capital paulista.
Na cerimônia de lançamento, realizada na manhã de segunda-feira (10), o professor do Instituto de Física Teórica da Unesp Sérgio Ferraz Novaes, coordenador do Sprace, contou que o jogo faz parte de um esforço de levar aos alunos de ensino médio do país informações atuais sobre física de partículas.
“As informações escolares sobre estrutura da matéria estão defasadas em quase um século”, declarou Novaes através de um sistema de vídeoconferência. O professor falou aos jornalistas a partir do Centro Europeu de Pesquisas Nucleares (Cern), em Genebra, Suíça, onde participa do experimento CMS (Solenoide Múon Compacto, na sigla em inglês).
Para mostrar aos estudantes que os átomos são muito mais do que somente prótons, nêutrons e elétrons, a equipe do IFT enviou a todas as escolas brasileiras do ensino médio cartazes didáticos apresentando as demais partículas subatômicas.
“Porém, os cartazes atingem somente os interessados em física, enquanto que o game alcança muito mais jovens”, afirmou o designer do Sprace Game, Einar Saukas, da Summa Technology+Business, empresa que produziu o jogo. O desenvolvimento do game ficou sob a responsabilidade da empresa Black Widow Games Brasil, com a qual Saukas também está envolvido.
Projetado em linguagem Java, o Sprace Game consegue rodar em qualquer computador com sistemas operacionais Windows, Linus, ou Mac. O programador do jogo, Ulisses Bebianno de Mello, da Black Widow, explicou à Agência FAPESP que há três versões de resolução para que até máquinas um pouco mais antigas possam receber o jogo.
“Conseguimos rodar a versão mais básica em um Pentium 1,3Ghz com 512M de memória RAM, acreditamos que a configuração mínima para o jogo seja essa”, disse Mello. Por funcionar em plataformas enxutas, o Sprace Game pode servir como ferramenta de ensino em escolas e instituições com poucos recursos, necessitando apenas do acesso à internet. O jogo é gratuito e pode ser acessado na página do Sprace: Sprace Game
Em busca de partículas
Ao passar pelas quatro fases do Sprace Game, o jogador tem que capturar com sua espaçonave partículas subatômicas; levá-las a um laboratório para que sejam identificadas; descobrir do que são formadas as partículas compostas chamadas de hádrons e recombinar quarks para formar prótons e nêutrons.
Com eles, o jogador consegue montar núcleos atômicos de hidrogênio e oxigênio, a fim de produzir um recurso fundamental para a colonização do planeta explorado, a água.
Uma das fases mais interessantes é a segunda, na qual o jogador deve encontrar e perseguir a partícula tau e observar o seu decaimento, que é a decomposição em outras subpartículas no fim de seu tempo de vida. São essas subpartículas que o jogador deverá capturar. “Isso ajuda a explicar o conceito do decaimento”, disse Saukas.
O designer revelou que um dos grandes desafios do projeto foi criar um jogo que proporcionasse entretenimento sem perder a precisão científica. “Não podíamos fazer um jogo somente divertido e que tivesse incorreções científicas, nem fazer algo muito preciso e que fosse chato de jogar”, afirmou.
O produto final foi testado e aprovado por alunos do ensino médio participantes do Master Class: Hands on Particle Physics evento internacional cuja etapa paulista foi realizada em feverei
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Agência FAPESP
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