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Qualidade da audição pode afetar aprendizado


www.envolverde.com.br - 26.05.10

Qualidade da audição pode afetar aprendizado em crianças


Uma avaliação auditiva em 25 crianças com idade entre 8 e 14 anos, com queixa de dificuldade na aprendizagem de leitura e escrita, mostrou que elas apresentam ondas — registros da atividade do sistema nervoso auditivo — menores e mais lentas do que o esperado, em relação àquelas sem dificuldades. As ondas das crianças com dificuldade de aprendizado são de menor amplitude e demoram mais para aparecer depois de emitido o som, do que o padrão de amplitude e tamanho de onda considerados normais. Essa alteração, segundo a autora da pesquisa, a fonoaudióloga Ana Claudia de Figueiredo Frizzo, pode não repercutir na acuidade, ou seja, na quantidade auditiva, mas sim na qualidade daquilo que ela escuta.
As crianças apresentaram alterações nas atividades do sistema nervoso auditivo

Ainda, segundo Ana Claudia, essa pode ser mais uma explicação para as dificuldades de aprendizado e que levam as crianças a não acompanharem as atividades escolares. Em geral, aquelas com dificuldades de aprendizagem seguem a vida acadêmica com atraso em relação às sem transtorno e não desenvolvem o aprendizado esperado para a idade cronológica. “Isso acontece porque para aprender a ler e escrever, a criança precisa associar o desenho das letras aos sons que elas têm e por isso precisam de uma boa percepção auditiva”, analisa Ana Claudia.

Para a orientadora da pesquisa, a professora Carolina Araujo Rodrigues Funayama, do Departamento de Neurociências e Ciências do Comportamento da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP, esses resultados mostram que existe uma falha no sistema nervoso auditivo, no processamento daquilo que se escuta.

Carolina diz que esse potencial auditivo ainda se encontra em estudo quanto às repercussões de suas alterações sobre a aprendizagem. “Não há ainda clareza quanto a sua relação com as diversas áreas, como desenvolvimento de funções sensório-motoras e cognitivas, pois esse é o primeiro registro brasileiro sobre esta alteração. Ainda se trata de um achado que precisa ser aplicado em número maior de casos e depois avaliado quanto à utilidade como exame na população de crianças com essas características.”

São vários os fatores relacionados às dificuldades de aprendizagem, entre eles os biológicos como, por exemplo, a exposição do feto ao álcool e outras drogas, às infecções, a deficiência mental de causas genéticas, os distúrbios específicos de linguagem, e as psicopatologias orgânicas como os distúrbios do desenvolvimento da comunicação e social como ocorre ao autismo; e as de causa psicológica, que podem ter origem na família ou escola. “Nessa pesquisa foram excluídos esses fatores, incluindo-se apenas crianças sem causa definida”, diz Carolina.

Testes eletrofisiológicos
Foram feitos testes eletrofisiológicos, semelhante ao eletroencefalograma, que registra os impulsos elétricos no cérebro. Foi avaliado o potencial auditivo de média latência, ou seja, a transmissão dos sinais até as áreas de recepção do córtex cerebral, onde é processada a linguagem, percepção, emoção, cognição, memória. Nesses testes, foi apresentado um som para a criança, ao mesmo tempo em que foram colocados eletrodos sobre a superfície da pele na orelha e na cabeça para medir a atividade cerebral resultante da estimulação sonora. Foram emitidos registros por meio de ondas que permitiram avaliar a percepção auditiva das crianças.

O diagnóstico dos transtornos de aprendizagem foi interdisciplinar e necessitou de avaliação e de parecer de médico neurologista, psicólogo e fonoaudiológico. Fizeram parte da pesquisa crianças atendidas no Ambulatório de Distúrbios do Comportamento e Atenção do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (HCFMRP). “Foram três anos de estudos e os resultados abrem perspectivas para novas investigações em fonoaudiologia, na área de percepção auditiva em crianças com inabilidades escolares”, diz Ana Cláudia, lembrando que, desde 1995, estudos internacionais já haviam relacionado que crianças com distúrbios de aprendiza

http://www.envolverde.com.br/materia.php?cod=75070&edt=25

Agência USP de Notícias

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