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A educação para a liberdade


barbacenaonline.com.br - 21.09.10

A educação para a liberdade

DA REDAÇÃO - Editoria Artigos Científicos -


LEONE JOSÉ MATEUS

Aluno do 3° Período de Filosofia da Faculdade Arquidiocesana de Mariana Dom Luciano Mendes de Almeida
Professor: Mauro César de Castro
Disciplina: História da filosofia III

Jean-Jacques Rousseau[1] é um dos principais representantes do iluminismo francês. Em 1742, o filósofo de Genebra se instala em Paris como professor de música, mas não se saiu bem. Rousseau estabeleceu um laço de amizade com Diderot, que o convidou para escrever artigos de música para a Enciclopédia, foi assim que entrou em contato com os filósofos enciclopedistas.

Em 1749, despertou como filósofo ao escrever sua primeira obra: Discurso sobre as ciências e as artes, através dela ganhou o prêmio de um concurso e deu início a um pensamento desarmônico e polêmico dentro da corrente iluminista, pois criticava o progresso e a civilização. Em 1762 publicou Emílio e Do contrato social, obras que o forçaram a fugir de Paris para não ser preso, pois foram consideradas ofensivas pelas autoridades. Voltando a Paris, em 1776 seu estado de saúde se agravou, vivia isolado e ao lado da pobreza. O filósofo passou os últimos dias de sua vida estudando e catalogando plantas, até falecer deixando uma vasta obra na área da política, moral, educação, música, teatro e botânica, além de uma autobiografia.

Rousseau em todas as suas obras se preocupava com os processos educativos, tanto quanto as relações sociais, que são afrontados com a noção de liberdade. Rousseau afirma que: “... ‘todos nascem homens e livres’; a liberdade lhes pertence e renunciar a ela é renunciar à própria qualidade de homem. Ninguém como ele afirmou que o princípio da liberdade como direito inalienável e exigência essencial da própria natureza espiritual do homem.”[2] Ele queria uma sociedade em que as pessoas fossem não apenas livres e iguais, mas também soberanas, que exercessem um papel ativo dentro do contexto. Para que isso acontecesse, além de um contrato justo, seria necessário ensiná-las a serem livres, autênticas e autônomas. Essa seria uma tarefa de “civilizar a civilização”, ou seja, deveria iniciar com a educação das crianças. O filósofo se dedicou a esta tarefa escrevendo um tratado pedagógico em forma de romance cuja obra-prima é Émilio, o nome da personagem principal. A tese fundamental de Rousseau é a de que o ser humano é naturalmente bom, mas foi corrompido pela sociedade. Portanto, conforme afirma Giovanni Reale,

Não se deve treinar uma criança quando não se sabe conduzi-la aonde se quer, somente através das leis do possível e do impossível, cujas esferas, sendo-lhe igualmente desconhecidas, podem ser ampliadas ou restringidas diante dela como melhor convier. Pode-se prendê-la, impedi-la ou detê-la sem que ela se dê conta, somente através da voz da necessidade. E pode-se torná-la mansa e dócil somente através da força das coisas, sem que nenhum vício tenha condições de germinar em seu coração, porque as paixões nunca se acendem quando são vãs em seus efeitos. [3]

Deste modo, a criança que foi criada numa sociedade civilizada vai perdendo o contato com seus instintos naturais e sentimentos à medida que eles vão sendo reprimidos ou à medida que ela aprende, através de uma série de normas e conceitos abstratos, a não revelar certas emoções e a fingir outras. O resultado é a perda de contato consigo mesma e a necessidade de mostrar-se diferente do que realmente é. Depois vêm a falsidade, a hipocrisia e todos os outros vícios: “Um homem abandonado a si mesmo, desde o nascimento, entre os demais seria o mais desfigurado de todos. Os preconceitos, a autoridade, a necessidade, o exemplo, todas as instituições sociais em que nos achamos submersos abafariam nele a natureza e nada poriam no lugar.” [4]

Em Emílio, Rousseau usa como exemplo o homem natural e defende uma pedagogia que siga a natureza. Na obra o personagem Emílio é afastado da sociedade corrupta até os 15 anos de idade, evitando qualquer corruptura da sociedade. Rousseau criou uma técnica inovadora: ao invés

http://www.barbacenaonline.com.br/noticias.php?c=4408&inf=3

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