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Estudantes desenvolvem projeto antibullying no RS


www.aprendiz.uol.com.br - 21.10.10

Estudantes desenvolvem projeto antibullying e reduzem casos em escola estadual do RS

Desirèe Luíse
Enviada especial a Novo Hamburgo (RS)

Um projeto de conscientização desenvolvido por duas estudantes de ensino médio da Escola Estadual Melvin Jones, de Caxias do Sul (RS), conseguiu reduzir os casos de bullying entre alunos da 5ª série do ensino fundamental. Segundo as jovens Edilene Antonelo Claudino e Maruska Guarda da Silva, que cursam o 2º ano no colégio, 40% dos casos de violência física e psicológica diminuíram após palestras ministradas por elas para 74 alunos de três turmas.

Os resultados do "Novo amanhã: projeto antibullying em turmas de 5ª série" podem ser vistos em estande da 25ª Mostra Internacional de Ciência e Tecnologia (Mostratec), que acontece em Novo Hamburgo (RS), até sexta-feira (22/10).

"Explicamos aos alunos o que era e como acontece para que não continue esse ciclo vicioso que é a prática do bullying. Escolhemos crianças da 5ª série para aplicar o projeto, porque elas estão na transição da infância para a adolescência, período em que ficam mais sujeitas às práticas violentas. Por exemplo, a voz dos meninos muda e as meninas engordam, virando motivo de brincadeiras agressivas", pontua Edilene.

Com a ajuda de teatro de bonecos, as meninas fizeram com que os alunos reconhecessem as ações de bullying – atos de violência física ou psicológica, intencionais e repetidos, praticados por um indivíduo ou grupo de indivíduos com o objetivo de intimidar ou agredir outra pessoa - ou grupo de pessoas - incapaz de se defender.

Elas constataram que muitos não sabiam do que se tratava por meio de uma pesquisa feita antes e depois das explicações. Para a pergunta "você já sofreu bullying?", 26% responderam que sim, enquanto quase 72% disseram que não, antes de ouvirem a palestra das jovens. Após a apresentação, 55% revelaram já terem sofrido bullying e 43% responderam negativamente.

Além das palestras para os alunos, as estudantes realizaram encontros com os pais e professores da escola. "Achamos importante trabalhar com eles para fazer um trabalho integral de conscientização", ressalta Edilene. "Mostramos os depoimentos que coletamos entre as crianças, que relataram, de forma anônima depois das palestras, as ações de bullying sofridas", completa.

"Ficam me chamando de gago e se juntaram em três para me chutarem" foi um dos relatos obtidos. As palavras de outro garoto também demonstram a gravidade da situação: "Acho que já sofri. Meninas me chamam de nomes feios e se juntavam contra mim por meus defeitos. Sempre querem me bater, até que procurei meus pais e a escola e elas pararam um pouco. Mas, hoje ainda me chamam de apelidos que eu não gosto".

Segundo Edilene, mostrar aos pais os depoimentos dos filhos teve como objetivo alertá-los sobre o problema. "Não é coisa que vemos apenas na televisão, mas que acontece em nosso ambiente todo o dia", afirma.

Desinteresse dos pais

De acordo com as alunas, foi difícil trabalhar com os pais, pois inicialmente o nível de comparecimento na palestra foi baixo. Dos 74 alunos, compareceram apenas dois pais. Então, as alunas convidaram aqueles que cursam a Escola de Jovens e Adultos (EJA) para conseguirem disseminar as informações e dados obtidos com o projeto para um grupo maior.

"Depois da apresentação houve uma interação e os pais também contaram casos de agressão que sofreram quando mais novos. Já passamos por situações de bullying e não queremos que outros sofram com isso. Tivemos o apoio de nossas famílias, mas sabemos que muitas crianças não têm", diz Edilene.

O assunto é considerado complexo pelas jovens pesquisadoras, já que grande parte das pessoas não sabe do que se trata e não se interessa. "Algumas até afirmam saber, mas têm a ideia de que o bullying é apenas agressão física. Não podem esquecer da violência psicológica", alerta.



http://aprendiz.uol.com.br/content/hudrugiphi.mmp

aprendiz.uol.com.br

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